EM RESPOSTA AOS COMENTÁRIOS AO POST "Quem avisa, Amigo/a é"
I. Com a frase “Independentemente da impossibilidade de a Escola voltar a funcionar a tempo parcial” estou, em primeiro lugar, a identificar a fonte do descontentamento dos professores, a saber, a institucionalização da Escola a tempo integral e a impossibilidade da sua desinstitucionalização. Esta é inviável, na medida em que o trabalho feminino é desde há muito uma realidade (mais expressiva em Portugal do que em muitos outros países europeus), os avós - e sobretudo as avós - se encontram ainda na vida activa aquando do início da escolarização dos netos, as qualificações femininas são cada vez mais elevadas – o que leva a um maior desejo de aplicar os saberes adquiridos - e, simultaneamente, muitas mães trabalham não apenas pelo prazer de exercerem uma profissão mas frequentemente porque o salário feminino é, para as famílias portuguesas, uma necessidade familiar e não um suplemento .
Em segundo lugar estou a sublinhar que a fonte de descontentamento do grupo sócio-profissional dos Professores se tornou num permanente conflito latente, i.e., não expresso por sindicatos e por professores, dada a impossibilidade absoluta de o resolver, seja por parte do Ministério da Educação (qualquer que seja a filosofia educativa) voltando à Escola a tempo parcial, seja por parte dos Professores aceitando plenamente a mudança na sociedade portuguesa que levou à inexorabilidade da Escola a tempo integral.