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SIMplex

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28
Set09

Constatações

Luis Novaes Tito
Bandeira PortugalPara quem ainda tinha dúvidas fica a constatação. O PS ganhou as eleições. A comprová-lo está o facto do Presidente da República vir a convidar Sócrates para formar o próximo Governo.
 
Para quem ainda tinha dúvidas fica a constatação. O PSD perdeu as eleições. Não só para o PS, como para o CDS/PP. A demagogia da mentira da verdade, o conservadorismo de Ferreira Leite, a intriga, a conspiração, a maledicência, a falsidade e a arrogância foram fortemente penalizados pelos eleitores.
 
Para quem ainda tinha dúvidas fica a constatação. O CDS/PP ganhou o prestígio da direita que há mais de duas décadas não tinha. Derrotou o PSD retirando-lhe uma boa fatia do eleitorado, contribuiu para esvaziar a maioria absoluta ao Partido Socialista e marcou a diferença entre a direita civilizada e a outra que estava convencida que tudo valia para atingir os seus fins.
 
Para quem ainda tinha dúvidas fica a constatação. O BE ganhou o prestígio da extrema-esquerda. Nunca em Portugal, nem sequer no tempo do PREC, a extrema-esquerda tinha conseguido tão bons resultados. Passou o PCP em importância e implementação, contribuiu para retirar a maioria absoluta ao Partido Socialista e demonstrou que o enquistamento do PCP num modelo recusado em todo o Mundo é o corolário das doutrinas retrógradas que os comunistas insistem em considerar como válidas.
 
Para quem ainda tinha dúvidas fica a constatação. O PCP é o grande derrotado da esquerda. Perdeu posições para todos, deixou de ser a referência da esquerda das esquerdas.
 
Para quem ainda tinha dúvidas fica a constatação. A democracia é, continua a ser, o regime de preferência da esmagadora maioria dos portugueses. Derrota os abstencionistas, derrota a extrema-direita, derrota os defensores do não-voto. Confirma que o poder está nas nossas mãos, ainda que seja só no momento das escolhas.
 

Simultaneamente publicado nos: a Barbearia do Senhor Luís (a minha casa); SIMpleX (de quem me despeço já com saudades); Eleições2009/o Público (onde ainda faltam as autárquicas); Cão com tu (onde estarei em força após os períodos eleitorais) e numa outra coisinha que ainda não posso divulgar (mas falta pouco para o fazer).

27
Set09

Rescaldo

Sofia Loureiro dos Santos

 

 

Ao contrário do que algumas pessoas querem fazer crer, como Francisco Louçã, o PS ganhou as eleições e ganhou-as com bastante folga, a confirmarem-se as projecções eleitorais. Não vale a pena vir agora tentar minorar essa realidade pelo facto de o PS ter perdido a maioria absoluta.

 

O PS ganhou e inequivocamente, com uma maioria que lhe permite formar um governo minoritário.

 

O PSD perdeu irremediavelmente as eleições. Tudo calhou mal, desde a famigerada asfixia democrática, até aos debates perdidos e à falta de discussão política, culminando no desastroso caso das escutas, Manuela Ferreira Leite perdeu as eleições.

 

Francisco Loução e Paulo Portas saem vencedores, aumentando ambos em número de votos e de deputados, capitalizaram os votos dos descontentes do PS e do PSD.

 

Outro derrotado da noite foi o PCP. Não pelo número de votos mas pelo facto de ter sido ultrapassado pelo BE e pelo PP.

 

O último grande derrotado da noite foi Cavaco Silva. Aguardamos impacientes a famosa declaração de esclarecimento dos enredos em que se enredou.

 

E agora Sr. Primeiro-ministro? Vamos ao trabalho, todos, o mais que pudermos, vamos ao diálogo e a determinação, vamos avançar. Foi para isso que lhe demos, de novo, a nossa confiança.

 

Nota: Também aqui.

 

25
Set09

Testemunho: Votar PS

Tiago Barbosa Ribeiro

«Muitos temos assistido esta como outras campanhas no passado.

E sempre vamos deitando o olho aqui e acolá, nos debates, nos programas e nos cartazes, e confesso que o resultado final é alguma tristeza pela forma como se vais falando uns dos outros, nos diferentes suportes.

Campanha que reside os seus argumentos na base da ofensa, da caricatura barata, do argumento sem conteúdo.

Esperava eu, e de certo a restante população, uma campanha inteligente onde pudéssemos ouvir argumentos com substância, … ideia e propostas que de facto fossem isso mesmo, propostas para fazer mais e melhor, mas aquilo que se vê é totalmente o contrario.

Temos quem faça propostas de que vai fazer isto e aquilo de forma irrealista e injustificada, sem conseguirem na realidade explicar como pensam fazer o que dizem.

25
Set09

Declaração de voto

Sofia Loureiro dos Santos

 

Pergunto-me muitas vezes a razão de ser da minha necessidade de intervenção cívica, nomeadamente política, sem que esteja nos meus horizontes algo mais do que isso mesmo: escrever. Talvez a noção de compromisso com o outro, da dependência e interligação entre os seres humanos, do sentido de obrigação que, como elo de uma cadeia das relações afectivas, profissionais e sociais, devemos à construção da nossa vida.

 

Ao contrário do que, para outros, se basta na manifestação de vontade no acto de votar, a troca e o debate de ideias são, para mim, muito apelativos. Por isso, embora tenha uma noção muito exacta da falta de alinhamento com muitas das práticas dos nossos representantes e responsáveis políticos, não me podia de todo alhear deste combate que é a campanha para as eleições legislativas, numa altura em que está em causa a continuação de um projecto globalmente reformador e renovador, em oposição a uma alternativa com contornos pouco definidos, que se afirma apenas por aquilo que não quer e que não sabe, por muito importante que a clareza do que se nega seja um factor fundamental para as opções que vamos fazendo.

 

Até domingo é preciso reunir todas as formas de intervenção, as mais opinativas, as mais contemplativas, as mais silenciosas, e motivá-las para a importância de exercerem o seu direito, que é também um dever, de participarem colectivamente na decisão do que vai ser este país nos próximos quatro anos. Porque é de uma legislatura de quatro anos que falamos, da governabilidade numa altura de grandes dificuldades económicas, de desânimo e desespero para muitos desempregados, de angústia para muitas famílias.

 

Ao contrário do que todos os partidos da oposição propagandeiam, não é a liberdade, a censura ou a falta de transparência democrática que está em causa. Quem for eleito sê-lo-á em eleições democráticas e assumirá o poder com toda a legitimidade. O que importa é o que se pode e se quer fazer com esse poder. E essa é a diferença que importa à vida do dia-a-dia, à perspectiva que temos do que podemos e queremos atingir.

 

A minha escolha é votar PS. Seja qual for a vossa não deixem de a expressar nas urnas.

 

Nota: Também aqui.
 

25
Set09

PS pelo Interesse Geral - sem ele a Esquerda e o Estado não fazem sentido

Bruno Reis

De Rui Tavares a Joaquim Aguiar há muitos oráculos da vida portuguesa que vêm dizer que Sócrates não pode, ou não deve falar do interesse geral. Falar do interesse geral é a ditadura, é a direita. O diálogo - tão vilipendiado com Guterres - é agora afinal o ideal.

 

Não concordo. Defender e progredir no sentido do interesse geral é o que faz a esquerda e o que dá sentido ao Estado democrático. Claro que numa democracia podemos discutir o que será melhor para o interesse geral, e até como o definir.

 

É aliás para isso que há programas eleitorais - não conheço nenhum que se afirme abertamente corporativo, de defesa apenas e só de certos grupos ou pessoas. É aliás por isso - porque há interesse geral, mas ele se vai sempre construindo e reconstruindo em democracia - que há eleições nacionais (e não corporativas).

 

Se não há interesse geral, que sentido faz o Estado, que sentido faz um governo? Deve só dialogar? Mas com que sentido se não no de promover o interesse geral? 

 

 

25
Set09

UMA SOCIEDADE MAIS JUSTA

Eduardo Pitta

Na recta final da campanha permito-me ser pleonástico. Domingo é preciso votar no Partido Socialista. Não vou falar das razões de natureza económica ou fiscal. Este blogue reúne contributos mais do que suficientes para esgotar o tema. E quem diz economia e fiscalidade diz saúde, educação, justiça, ambiente, energias renováveis, política externa, cultura, investigação e ensino superior.

 

Vou antes lembrar o óbvio: as questões civilizacionais. Aquilo a que a opinião de direita, com trejeitos maliciosos, chama questões fracturantes. Coisas simples de que depende a dignidade e o progresso das sociedades. Estou a pensar na possibilidade dos casais inférteis poderem recorrer à procriação medicamente assistida; em leis que acautelem os direitos de quem vive em união de facto; no casamento entre pessoas do mesmo sexo; na possibilidade de divórcios não litigiosos; na integração social dos imigrantes; nas leis da paridade, etc. Nenhum país moderno pode viver ao arrepio das mudanças civilizacionais.

 

Há cem anos, o divórcio era um anátema. Hoje é um lugar-comum. Há 35 anos, uma mulher não atravessava a fronteira sem o consentimento do marido. Há 35 anos, a polícia prendia homossexuais acusando-os de vagabundagem. Há 35 anos, o casamento religioso era indissolúvel. Felizmente, tudo isso ficou para trás.

 

Em 35 anos de democracia, muita coisa mudou. Mas, se pudesse, a direita punha um travão no que ainda falta mudar. Votar no Partido Socialista é apostar numa sociedade mais justa.

 

25
Set09

O PS e os Professores

Bruno Reis

É normal que haja muitos professores irritados. Reformar a educação nunca é fácil. A avaliação nunca é uma coisa objectiva. O PS e Sócrates já deixaram claro que vão ouvir mais - os sindicatos, se desta feita for possível, ou directamente os professores se os sindicatos continuarem numa posição bloqueio de qualquer negociação exigindo a suspensão da avaliação

 
Há provavelmente muitos professores que acharão que com o PSD no poder conseguirão acabar com a avaliação. Coloco duas questões aos meus colegas professores:
 
1. Querem arriscar uma nova avaliação “científica” e “estrangeira” proposta pelo PSD no seu programa? Isto é um esquema para enganar tolos. Todos – especialmente os professores – sabem que não há avaliações 100% objectivas.   
2. O que é se pensa de alguém que diz que nenhuma avaliação lhe serve, que nenhum avaliador é justo?   
O futuro da escola pública está em jogo nestas eleições, é essa a minha convicção, e espero que haja mais professores a perceberam isso.
25
Set09

Desemprego

João Galamba

 

O PSD e o Jamais andam sempre a culpar o Governo pelo desemprego. Para além de (fingirem) ignorar o facto de estarmos a passar pela maior crise desde 1929, para além de (fingirem) ignorar que o desemprego disparou em flecha em todo o mundo, io PSD e o Jamais também se esquecem de comparar a performance do PS e do PSD nesta área. Como mostra o gráfico acima, as políticas do PS foram muito mais eficazes a travar o aumento do desemprego do que as do PSD. A superioridade do PS é ainda mais impressionante se atendermos ao facto que a recessão enfrentada pelo PSD não tem comparação possível com a crise actual. Nestes temas não é honesto atirar com valores à cara. Importa perceber de onde se partiu (a taxa de desemprego no início de 2005 andava próxima dos 8%), qual a evolução e sua relação com a crise actual (o desemprego cresceu muito menos com o PS do que com o PSD e, durante a crise, o desemprego em Portugal cresceu muito menos do que noutros países com quedas de produto semelhantes), etc. Isto é, é preciso interpretar os dados.

 

Apesar do desemprego elevado, foi durante o último governo PSD que se deram os maiores aumentos: passamos de cerca de 250 desempregados para aproximadamente 450 mil. Quanto ao governo PS é preciso não esquecer que até ao início da crise tinham sido criados 133 mil empregos. Só a crise impediu o PS de cumprir a sua promessa eleitoral.

 

24
Set09

Maioria de confiança

Tiago Barbosa Ribeiro

As últimas sondagens publicadas, que demonstram um reforço do PS e uma queda contínua do PSD, não devem motivar qualquer desmobilização. A sondagem final será dada nas urnas. Mas é possível, desde já, concluir uma tendência objectiva de todas as sondagens: a campanha lastimável do PSD está a provocar o repúdio dos portugueses, com todas mentiras e  inventonas contra o PS, demonstrando que não poderá existir outra solução estável que não aquela preconizada pelo PS.

 

A possibilidade de uma vitória do PS com um parlamento fragmentado é real, pelo que os votos do centro só podem ser concentrados no PS. Numa altura em que as sondagens indiciam uma subida dos partidos dos extremos, e o PSD recua consistentemente, só o reforço do PS permitirá uma maioria de confiança e um governo estável. É isso que os portugueses devem ter presente quando forem votar no próximo domingo. O fracasso do PSD só clarifica a escolha decisiva.