O mundo ao contrário
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Aparentemente alguém andou a distorcer factos, a criar atritos e a gerir suspeições
em benefício de determinado partido político à beira das eleições.
Alguém andou a brincar com o tempo e com os portugueses...
...mas o tempo é lixado!
Tic tac tic tac tic tac tic tac tic tac...
Quando a Presidência acertar o fuso horário gostávamos de ouvir as explicações.
Embora esteja demasiado aborrecido para escrever um post sobre o assunto do dia e apesar de todas as razões que me ocorrem para a escolha do timing da decisão me deixarem ainda mais zangado, não posso deixar de dizer umas palavras, em forma de exigência.
O que eu exijo - de exigir - é que Cavaco se explique, que diga de uma vez (já o devia ter feito) se sabia ou não sabia. E se não sabia qual a desculpa para não saber. Não pode é insinuar à sexta (com aquela da falta de ingenuidade - dele e da jornalista) o que insinuou e despedir à segunda. O que é que aconteceu nestes três dias? Que Cavaco, no seu interesse (coisa que não me interessa), não podia tomar esta atitude depois das eleições é óbvio - seria crucificado -, e até admito que não tivesse elementos para a tomar em Agosto. Eu quero apenas conhecer a razão de Cavaco ter despedido hoje o assessor de 25 anos. Só isso. E, como já perdeu o argumento de não querer imiscuir-se na campanha, terá que o fazer amanhã. É que um Presidente - e este em que votei - não serve para fazer o controlo dos danos do seu umbigo, mas dos do país.
Aguardo.
Ricardo Costa diz que não percebe a razão da presidência não ter desmentido esta história em Agosto. Pois eu não percebo a dúvida de Ricardo Costa: porque haveria a própria presidência de desmentir uma história que ela própria criou? Já agora, também não percebo como é que Ricardo Costa insiste em falar da seriedade e da credibilidade política de Cavaco Silva sem corar. Aliás, eu não percebo muita coisa e gostava mesmo que o presidente não se limitasse a criar um bode expiatório e desse, de uma vez por todas, explicações cabais sobre este caso. Mas isso sou eu que sou histérico e vejo crises onde só existem abalozinhos. É isto. não é?
"Parabéns pelo texto. Em altura de campanha é preciso coragem para fazer uma análise tão distante.
No entanto, deixe-me expor as minhas perplexidades:
1. O Presidente mandou “plantar” uma notícia, há 17 meses atrás, dando conta de que tinha suspeitas que estava a ser vigiado, dando orientações (que estão expostas no mail) na forma de como a investigação devia prosseguir, como camuflar a fonte e, ainda, dando como fundamento das tais “suspeitas” o facto de um tipo ligado ao governo (e ao estatuto dos Açores)ter se sentado numa mesa que para o qual não tinha sido convidado (convém tb saber que o jornalista do Público, noutro mail, diz que investigou a história e que as tais suspeitas não tinham fundamento.
A campanha política segue por caminhos cada vez mais tresloucados. Como os assuntos anteriores não se transformaram em casos políticos, nada melhor do que uma história de espionagem para animar estes últimos dias de Agosto.
Embora me seja difícil perceber qual o alcance deste tipo de factos na campanha contra o PS, ainda por cima pouco imaginativos, pouco cuidados e mal encenados, é um sintoma da desorientação política à esquerda e à direita.
Preocupante é assistir ao envolvimento do Presidente na campanha para as eleições legislativas. A Presidência da República sai deste episódios mais amarfanhada e enfraquecida, reduzindo a credibilidade dessa Instituição.
É importante que o Presidente da República perceba que não pode ser confundido com o cidadão Cavaco Silva, que já foi líder partidário, que já foi Primeiro-Ministro, que já disputou eleições legislativas. Isso foi antes de ser eleito Presidente. A sua actuação não o afecta apenas a ele, afecta a isenção e o distanciamento que deve ser paradigma desse órgão de soberania, assim como afecta a qualidade da democracia.
Nota: também aqui.
Alguém me sabe dizer para que horas está prevista a declaração do Presidente da República ao país? É que parecer-me-ia muito estranho que o Presidente nada dissesse sobre isto:
Mais do que estranho, seria grave.
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