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SIMplex

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25
Set09

A Dívida Portuguesa no FT e em MFL (veja as diferenças)

Bruno Reis

Segundo Manuela Ferreira Leite e PSD há um problema que condiciona todos os outros - a dívida pública portuguesa!!!

 

Isto é dito pelo partido que cavou mais fundo no deficit! Como argumento contra o partido que mais fez para equilibrar as contas públicas.

 

Mas mesmo assim o que diz a imprensa internacional de referência da área económica sobre esta questão tão premente da dívida portuguesa?

 

Fui ver o Financial Times que em artigo da semana passada afirma que a zona euro mostrou a sua força nesta crise, e o spread da dívida pública Portuguesa e de outros Estados periféricos tem caído a pique face à Alemanha: The so-called peripheral economies of Greece, Ireland, Portugal and Spain have seen their yield spreads drop by 50 per cent against Germany.O que mostra, segundo o Financial Times, que os mercados estão longes de - como se projectou inicialmente - pensar que este nível de dívida portuguesa é preocupante. Nisto como em tanta outra coisa o PSD está desactualizado.

25
Set09

notícias do mundo do trabalho

Porfírio Silva

Ouvi há pouco António Peres Metello, no programa Economia dia-a-dia, na TSF, a dar uma notícia que não vi ainda em mais nenhum meio. Certas notícias, apesar de verdadeiramente significativas, passam ao lado do ruído.

 

É que parece que foi finalmente concluída a revisão do contrato colectivo de trabalho para a indústria gráfica. Estava num impasse há anos. O impasse resultava de duas forças de travão. Por um lado, os sindicatos queriam preservar alguns direitos (nomeadamente salariais) sem dar a devida atenção às necessidades da indústria para se adaptar a condições que mudaram muito nos últimos anos – cedendo assim, os sindicatos, e por reflexo defensivo, à tentação de pura eternização de instrumentos reguladores desactualizados. Por outro lado, o patronato preferiria deixar caducar as convenções existentes e criar um vazio que lhe deixasse as mãos livres para fazer o que bem entendesse com os direitos dos trabalhadores – e era essa possibilidade com que sonhavam, muitos no patronato, desde que um recente governo de direita lhes abriu essa perspectiva de criar vazios na contratação colectiva.

 

Ora, com recurso a um mecanismo do novo Código do Trabalho, aprovado na legislatura que finda – a arbitragem obrigatória – é possível impedir que as partes bloqueiem as negociações, ao mesmo tempo que não se deixam os trabalhadores desprotegidos de qualquer contrato colectivo. Foi esse mecanismo novo que deu agora resultados novos. Há um novo contrato colectivo de trabalho para a indústria gráfica. O patronato conseguiu algo essencial à capacidade das empresas se adaptarem: as carreiras e categorias profissionais na indústria foram reduzidas de cerca de 400 para cerca de 100, factor importante para a adaptabilidade interna das empresas. Os trabalhadores conseguiram aumentos salariais obviamente acima daquilo que o patronato queria acordar. É uma indústria que ganha novas condições para avançar, a benefício comum das empresas e dos trabalhadores.

 

 

É este o sentido da evolução de que necessitamos. E pouco a pouco se vai vendo como julgam mal aqueles que falam do governo do PS como se não tivesse cuidado dos interesses dos trabalhadores. Cuidou – mas não numa perspectiva de mera resistência à mudança. Cuidou – na perspectiva do avanço por mútuo acordo e para mútua vantagem de empresas e trabalhadores.  Não será disso que precisamos?

 

(também aqui)

22
Set09

MICRO Pequenas e Médias Empresas: Tenham Medo, muito Medo!

Bruno Reis

Entre os melhores momentos desta campanha esteve o debate em que Jerónimo de Sousa pôs Paulo Portas a concordar com ele na necessidade de apoiar não apenas as PMEs mas também as MICRO empresas!

 

Ora eu pensava que para os adeptos do capitalismo puro nenhuma empresa - seja ela micro ou macro - devia ser sujeita ao arbítrio do apoio do Estado. (Ou será que na versão portuguesa todas as empresas deviam ser apoiadas, e o rendimento mínimo devia acabar por causa das fraudes nos subsídios?)

 

Ora eu pensava que para os adeptos do comunismo puro nenhuma empresa - seja ela micro ou macro - devia sequer existir, quanto mais ser apoiada. Nacionalizar tudo! (A NEP se bem me lembro, foi considerada um revisionismo pequeno-burguês inaceitável, e os pequenos empresários mais prósperos, donos de PMEs, e como Estaline explicou a Churchill, foram todos mortos pelo seu pecado.)

 

O tema é sobretudo ridículo, porque nenhum governo fez tanto como o do PS para apoiar a modernização das PMEs, ou procurou ajudar mais na promoção das exportações essenciais para que possam crescer e prosperar.

 

Deixo algumas perguntas para quem nunca soube o que é uma PME:

O PCP e o PP (ou será a CDU e o CDS?) declaram que é um vergonha o governo apoiar bancos em dificuldades como o BPN em vez de apoiar mais as PMEs.

 

O que teria sucedido se o BPN tivesse ido à falência? Quantas PMEs têm conta no BPN - que dava das melhores condições e dos multibancos mais baratos nas lojas? Eu conheço vários donos de MPMEs com contas lá... Pode haver PMEs sem grandes bancos a concederem-lhe crédito? O que teria acontecido às PMEs se o nosso sistema bancário tivesse entrado em colapso?

 

As MPMEs podem sobrevir sem Grandes Empresas? Não são estas últimas os seus grandes clientes? Ou os grandes empregadores dos seus clientes?

 

Quem fala muito de MPMEs geralmente fala mal e demagogicamente. O que as MPMEs precisam é de um governo com uma estratégia económica clara, que ajude a atrair investimentos e a criar emprego.

 

Alguém acredita que um governo do PSD faça isso? Afinal, não é MFL que defende que o melhor é não abrir o guarda-chuva do investimento público como todos os outros países porque se pode estragar,  e que devemos ficar à espera que a chuva da crise mundial passe fazendo umas obritas no beiral? ("É a vida!")

 

Por isso realmente as PMEs devem ter medo, muito medo, sobretudo daqueles que mais falam delas.

19
Set09

Limites do crescimento II

Tiago Julião Neves

É fundamental reconhecer a relação entre os limites do crescimento económico e a capacidade de regeneração do planeta, resistindo à quimera da sacralização da tecnologia. Este momento é decisivo e existe um sério risco de destabilizarmos definitivamente o conjunto de equilíbrios complexos que regem a vida na terra.

 

Necessitamos de uma gestão sensível e cautelosa que evite ilusões sobre:

-        A capacidade de carga do planeta;

-        A devastação causada pelo Homem;

-        O potencial regenerador da tecnologia;

-        O custo de adiar o combate às alterações climáticas.

O Relatório Stern e o IPPC fornecem ampla informação sobre estes aspectos, abordados também na revisão dos 30 anos do icónico "Limits to Growth".

 

 

19
Set09

Limites do crescimento I

Tiago Julião Neves

“Current trends in energy supply and consumption are patently unsustainable – environmentally, economically and socially – they can and must be altered”.

 

A frase não é de um ecologista radical, mas do director executivo da Agência Internacional de Energia no lançamento do World Energy Outlook 2008. Nobuo Tanaka e a publicação de referência da AIE anunciam o que muitos sabem, mas poucos parecem aceitar, que o tempo do desperdício energético está a chegar ao fim.

 

O crescimento económico e demográfico das economias emergentes, da Índia ao Brasil, agravou a pressão sobre recursos cada vez mais escassos e fez disparar a procura mundial de energia. A oferta responde e na China o crescimento anual da produção de electricidade apenas, equivale a inaugurar duas centrais por semana.


 


17
Set09

ONDE PÁRA O ESTADO?

Eduardo Pitta

Em regra, nas campanhas eleitorais discute-se tudo menos ideias. Para contrariar o hábito, as Edições Nelson de Matos acabam de lançar uma colectânea de ensaios, Onde Pára o Estado?, coordenada por Renato Miguel do Carmo e João Rodrigues. Sobre diversos temas, escrevem João Galamba, Ricardo Paes Mamede, Marisa Matias, Hugo Mendes, Tiago Barbosa Ribeiro, Filipe Carreira da Silva e Nuno Teles. Ou seja, em vez de esmiuçar as fraquezas ou incoerências de terceiros, os autores dão a conhecer o seu ponto de vista...

 

Ler o resto aqui.

 

17
Set09

A Verdade, sempre a Verdade

João Galamba

O PSD diz que o PS não fala do endividamento, isto é, o PS continua a mentir aos portugueses ocultando-lhes a sua Verdade. Estamos endividados!, insiste o PSD. Porque será que o PS não reconhece o endividamento? porque será que o PS não está sempre a falar do endividamento, de manhã, à tarde e à noite? como é possível que o PS seja incapaz de reconhecer que o nosso problema é o endividamento? como é que o PS não diz a verdade aos portugueses? Ou seja, o PSD critica o PS por este não se dedicar a auto-flagelação. O PSD não percebe que "estamos endividados!" não é um programa político e que, por isso, é natural que não se fale do endividamento, pelo menos no sentido que o PSD acha que se deva falar desse problema. Para o PS, o endividamento é uma realidade (ninguém nega que temos um défice externo elevado), mas o verdadeiro problema do país é o desemprego e crescimento económico.  O endividamento existe, é certo; mas é um resultado e não uma causa.

16
Set09

Números para digerir (3): taxa de crescimento da receita fiscal

GWOM

 

Fonte: MFAP (Relatório de Orientação da Política Orçamental)

 

Para quem aventa que a consolidação orçamental foi pela receita então este gráfico representa outra realidade: a de que o sistema fiscal português, por via do seu funcionamento intrínseco, recupera naturalmente a receita cessante decorrente de situações de recessão, sem aumento de impostos. Já agora, por curiosidade, o que se terá passado em 1992, 1994 e em 2002?

 

E agora para quem pensa que foi através do IVA que a estrutura da receita pendeu para os impostos indirectos apenas em 2005, aqui vão mais dados interessantes:

 

Fonte: Conta Geral do Estado, Direcção-Geral do Orçamento. 

 

Palavras para quê?

15
Set09

UM ANO

Eduardo Pitta

Faz hoje um ano que faliu o Lehman Brothers, arrastando consigo as economias ocidentais, afectando os oligarcas russos e pondo um fim abrupto ao paradigma de consumo dos últimos 20 anos. Só na UE, governos de todos os quadrantes foram obrigados a nacionalizar 60 bancos (um em Portugal). Dito de outro modo, faz hoje um ano que a crise se instalou de forma inequívoca. Não é todos os dias que, num passe de mágica, desaparecem trinta mil milhões de euros de fundos bolsistas. Os nossos netos vão ser obrigados a estudar o 15 de Setembro de 2008. Nós não precisamos de estudar. Estamos a senti-lo na pele.

 

Contudo, quem ouve os líderes do PSD, do BE, do PCP e do CDS-PP, fica com a sensação que a crise começou há poucos meses, e por responsabilidade directa de Sócrates. Um bocado de decoro não lhes ficava mal.