Entre os melhores momentos desta campanha esteve o debate em que Jerónimo de Sousa pôs Paulo Portas a concordar com ele na necessidade de apoiar não apenas as PMEs mas também as MICRO empresas!
Ora eu pensava que para os adeptos do capitalismo puro nenhuma empresa - seja ela micro ou macro - devia ser sujeita ao arbítrio do apoio do Estado. (Ou será que na versão portuguesa todas as empresas deviam ser apoiadas, e o rendimento mínimo devia acabar por causa das fraudes nos subsídios?)
Ora eu pensava que para os adeptos do comunismo puro nenhuma empresa - seja ela micro ou macro - devia sequer existir, quanto mais ser apoiada. Nacionalizar tudo! (A NEP se bem me lembro, foi considerada um revisionismo pequeno-burguês inaceitável, e os pequenos empresários mais prósperos, donos de PMEs, e como Estaline explicou a Churchill, foram todos mortos pelo seu pecado.)
O tema é sobretudo ridículo, porque nenhum governo fez tanto como o do PS para apoiar a modernização das PMEs, ou procurou ajudar mais na promoção das exportações essenciais para que possam crescer e prosperar.
Deixo algumas perguntas para quem nunca soube o que é uma PME:
O PCP e o PP (ou será a CDU e o CDS?) declaram que é um vergonha o governo apoiar bancos em dificuldades como o BPN em vez de apoiar mais as PMEs.
O que teria sucedido se o BPN tivesse ido à falência? Quantas PMEs têm conta no BPN - que dava das melhores condições e dos multibancos mais baratos nas lojas? Eu conheço vários donos de MPMEs com contas lá... Pode haver PMEs sem grandes bancos a concederem-lhe crédito? O que teria acontecido às PMEs se o nosso sistema bancário tivesse entrado em colapso?
As MPMEs podem sobrevir sem Grandes Empresas? Não são estas últimas os seus grandes clientes? Ou os grandes empregadores dos seus clientes?
Quem fala muito de MPMEs geralmente fala mal e demagogicamente. O que as MPMEs precisam é de um governo com uma estratégia económica clara, que ajude a atrair investimentos e a criar emprego.
Alguém acredita que um governo do PSD faça isso? Afinal, não é MFL que defende que o melhor é não abrir o guarda-chuva do investimento público como todos os outros países porque se pode estragar, e que devemos ficar à espera que a chuva da crise mundial passe fazendo umas obritas no beiral? ("É a vida!")
Por isso realmente as PMEs devem ter medo, muito medo, sobretudo daqueles que mais falam delas.