Algumas contas antes de alguns refrescos
A recente sondagem da Marktest (com dados recolhidos telefonicamente entre 23 e 26 de Julho, e com um universo de 811 respostas válidas - dados daqui) apresentou os seguintes resultados:
PS: 35,5%
PSD: 34,2%
BE: 14,3%
CDU: 7,4%
CDS-PP: 4,4%
OBN: 4,2%
Algumas observações:
1. Tudo está em disputa. Nem PS nem PSD conseguem se destacar um do outro.
2. BE destaca-se como terceiro partido no plano parlamentar português.
3. Os cenários pós-eleitorais resumem-se a três:
3.1. Governo minoritário monopartidário (PS ou PSD)
3.2. Bloco Central (PS + PSD = 70%)
3.3. Coligação maioritária à esquerda PS - BE (PS + BE = 50%)
4. Está afastada a hipótese de um governo de coligação maioritário à direita.
Claro que as sondagens valem o que valem. Eu estou inclusive convencido que a velha táctica utilizada por militantes ou simpatizantes do PC em não responderem a sondagens (ou responderem que votam noutros partidos) se alargou ao CDS. É este, aliás, o combate político de ambos: vencerem as sondagens.
Sobre o BE, parece genuíno confirmar a dinâmica de crescimento que já patentearam nas últimas eleições europeias (e que levaram o Rui Tavares ao PE). Mas, recordemo-nos, também nessas eleições o BE aparecia nas sondagens com estes scores, baixando depois para os 10%. (corrigido)
PS e PSD deixam tudo em aberto para a rentree. Resta saber que efeito o verão terá (será uma silly season convencional ou um verão quente?) e ver quem se apresentará em melhor forma.
Por outro lado, julgo claro que está afastada a hipótese de uma coligação à direita, enquanto que outra se apresenta como uma interessante alternativa (PS + BE). Com estes cenários,