Andamos a brincar aos políticos (e aos assessores e aos jornalistas)
Sobre o caso "watergate" português, só há duas opções: ou o presidente da república acha mesmo que Belém está sob escuta e toma as medidas que se exigem — faz queixa à procuradoria geral da república ou demite imediatamente o primeiro ministro — ou desmente categoricamente a insinuação — e demite o assessor que falou com o Público. O que não faz sentido é inverter-se o ónus da prova e achar que quem deve explicações ao país é o primeiro ministro e o PS. O silêncio irresponsável da presidência é inaceitável — e não é de todo compatível com o seu papel de garante do regular funcionamento das instituições democráticas. Num país a sério veríamos um batalhão de jornalistas acampado à porta do presidente a exigir que ele se fizesse uma declaração. Mas, infelizmente, Portugal não é um país a sério.
