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SIMplex

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28
Set09

SIMpleX

Sofia Loureiro dos Santos

 

 

Apesar de tardarem os prometidos cargos, as devidas prebendas e os mais que certos ganhos, sabe-se lá em que géneros ou moeda, que muitos bloguers e comentadores afirmaram que estariam à minha espera, não me arrependo de ter feito parte deste projecto SIMpleX.

 

Aqui nos cruzámos provenientes de várias profissões e áreas políticas com um objecto: intervir civicamente na campanha eleitoral de forma a motivar as pessoas a votarem no Partido Socialista.

 

O PS ganhou esta batalha e muitas outras se avizinham. Desde a constituição do governo às difíceis negociações parlamentares que se adivinham nesta próxima legislatura, os tempos que aí vêm pronunciam-se difíceis, exigentes, mas muito interessantes.

 

Às vezes com dificuldade, porque a revolta perante comentários abjectos e provocações estúpidas era impetuosa, este foi um espaço de liberdade e de discussão de políticas, ideias, defesa da governação anterior e exposição de alternativas pouco credíveis ou mesmo inexistentes que, espero, tenha contribuído para o esclarecimento de quem nos leu.

 

A todos os colegas do SIMpleX agradeço esta partilha e, quem sabe, talvez nos encontremos noutras lutas.

 

Nota: Também aqui.
 

27
Set09

Rescaldo

Sofia Loureiro dos Santos

 

 

Ao contrário do que algumas pessoas querem fazer crer, como Francisco Louçã, o PS ganhou as eleições e ganhou-as com bastante folga, a confirmarem-se as projecções eleitorais. Não vale a pena vir agora tentar minorar essa realidade pelo facto de o PS ter perdido a maioria absoluta.

 

O PS ganhou e inequivocamente, com uma maioria que lhe permite formar um governo minoritário.

 

O PSD perdeu irremediavelmente as eleições. Tudo calhou mal, desde a famigerada asfixia democrática, até aos debates perdidos e à falta de discussão política, culminando no desastroso caso das escutas, Manuela Ferreira Leite perdeu as eleições.

 

Francisco Loução e Paulo Portas saem vencedores, aumentando ambos em número de votos e de deputados, capitalizaram os votos dos descontentes do PS e do PSD.

 

Outro derrotado da noite foi o PCP. Não pelo número de votos mas pelo facto de ter sido ultrapassado pelo BE e pelo PP.

 

O último grande derrotado da noite foi Cavaco Silva. Aguardamos impacientes a famosa declaração de esclarecimento dos enredos em que se enredou.

 

E agora Sr. Primeiro-ministro? Vamos ao trabalho, todos, o mais que pudermos, vamos ao diálogo e a determinação, vamos avançar. Foi para isso que lhe demos, de novo, a nossa confiança.

 

Nota: Também aqui.

 

25
Set09

Declaração de voto

Sofia Loureiro dos Santos

 

Pergunto-me muitas vezes a razão de ser da minha necessidade de intervenção cívica, nomeadamente política, sem que esteja nos meus horizontes algo mais do que isso mesmo: escrever. Talvez a noção de compromisso com o outro, da dependência e interligação entre os seres humanos, do sentido de obrigação que, como elo de uma cadeia das relações afectivas, profissionais e sociais, devemos à construção da nossa vida.

 

Ao contrário do que, para outros, se basta na manifestação de vontade no acto de votar, a troca e o debate de ideias são, para mim, muito apelativos. Por isso, embora tenha uma noção muito exacta da falta de alinhamento com muitas das práticas dos nossos representantes e responsáveis políticos, não me podia de todo alhear deste combate que é a campanha para as eleições legislativas, numa altura em que está em causa a continuação de um projecto globalmente reformador e renovador, em oposição a uma alternativa com contornos pouco definidos, que se afirma apenas por aquilo que não quer e que não sabe, por muito importante que a clareza do que se nega seja um factor fundamental para as opções que vamos fazendo.

 

Até domingo é preciso reunir todas as formas de intervenção, as mais opinativas, as mais contemplativas, as mais silenciosas, e motivá-las para a importância de exercerem o seu direito, que é também um dever, de participarem colectivamente na decisão do que vai ser este país nos próximos quatro anos. Porque é de uma legislatura de quatro anos que falamos, da governabilidade numa altura de grandes dificuldades económicas, de desânimo e desespero para muitos desempregados, de angústia para muitas famílias.

 

Ao contrário do que todos os partidos da oposição propagandeiam, não é a liberdade, a censura ou a falta de transparência democrática que está em causa. Quem for eleito sê-lo-á em eleições democráticas e assumirá o poder com toda a legitimidade. O que importa é o que se pode e se quer fazer com esse poder. E essa é a diferença que importa à vida do dia-a-dia, à perspectiva que temos do que podemos e queremos atingir.

 

A minha escolha é votar PS. Seja qual for a vossa não deixem de a expressar nas urnas.

 

Nota: Também aqui.
 

23
Set09

Escolher

Sofia Loureiro dos Santos

 

 

Estamos a poucos dias das eleições legislativas. A pré-campanha iniciou-se sob o signo da vitória do PSD nas eleições para o parlamento europeu, em que Paulo Rangel, Aguiar-Branco e Pacheco Pereira, para só citar alguns, deram o tiro de arranque para a estratégia que Manuela Ferreira Leite iria seguir.

 

Essa estratégia seria baseada nas insinuações e suspeições sobre o carácter de Sócrates, a promiscuidade entre o PS e o estado, o autoritarismo, a apropriação dos meios de informação, e o intervencionismo na economia. Assim surgiu a superioridade moral da Verdade em oposição às mentiras de Sócrates e a asfixia democrática, sem que se pudesse compreender quais as propostas e alternativas de governo do PSD. O silêncio foi a arma da cuidadosa direcção do PSD.

 

19
Set09

Privado vs público

Sofia Loureiro dos Santos

 

A vida privada dos políticos, a forma como se vestem, os filmes que vêem, as comoções que os comovem são matéria totalmente acessória, anedótica, frívola, que fica bem nas revistas cor-de-rosa ou em pequenos apontamentos humorísticos de pé de página.

 

A confusão entre o público e o privado, o julgamento da capacidade e competência dos políticos, a que se convencionou chamar figuras públicas para justificar a intrusão mais indecente numa informação a que temos direito, é a marca da mediatização e da ditadura da imagem.

 

São disso exemplos a forma como foram comentadas os programas a que os líderes partidários se sujeitaram Como nunca o viu, com excepção de Manuela Ferreira Leite, honra lhe seja feita, a importância e relevância da prestação dos mesmos líderes nos programas do Gato Fedorento, que quase suplantam e importância os debates eleitorais a que assistimos nas televisões, assim como as notícias das aplicações financeiras de Francisco Loução e outros militantes do BE.

 

Embora perceba que há declarações que abram a porta a este tipo de escrutínio, não me parece lícito nem relevante que os líderes partidários tenham que ver as suas vidas privadas expostas. Para isso eles próprios têm que a respeitar e não cederem à tentação de serem simpáticos, apelativos ou intelectuais. Todos sabemos que a política é um espectáculo, mas não precisa de ser um mau espectáculo.
 

Nota: Também aqui.

 

19
Set09

Decência democrática

Sofia Loureiro dos Santos

 

A uma semana das eleições os dois maiores partidos mantém as hipóteses de as vencer. As últimas sondagens têm resultados algo díspares mas, no essencial, mostram o PS ligeiramente à frente do PSD e o BE como terceira força política.

 

A uma semana das eleições nota-se, no entanto, o desespero de quem não conseguiu aproveitar a onda dos resultados das europeias. A campanha a que assistimos, em que  todos os partidos se uniram com o objectivo de derrotar o PS e José Sócrates, tem penalizado predominantemente o PSD. Manuela Ferreira Leite e os seus conselheiros parecem não entender que as suspeições e as insinuações fazem pior à democracia e à credibilidade de quem as alimenta do que os melhores currículos académicos, as mais rígidas e austeras posturas, os maiores protestos de verdade e de rigor.

 

19
Set09

Mistificação antidemocrática

Sofia Loureiro dos Santos

 

É absolutamente inaceitável que Manuela Ferreira Leite lance a suspeição de que teme represálias, para ela ou para os seus companheiros de partido e de campanha, caso o PS ganhe as eleições.

 

É de uma irresponsabilidade e de uma baixeza política que não têm nome.

 

Se é esta a credibilidade que Manuela Ferreira Leite tem, não sabe o que isso é.

 

Este tipo de ameaças são perigosas e revelam o desespero de quem sabe que vai perder as eleições. Quem usa assim a noção de liberdade, como Manuela Ferreira Leite, Aguiar Branco, Pacheco Pereira e Paulo Rangel, não merece a confiança de ninguém.

 

Nota: Também aqui.

 

13
Set09

Contra a abstenção

Sofia Loureiro dos Santos

 

 

Ontem acabaram os debates televisivos entre os líderes dos principais partidos políticos. Ao contrário do que esperava, pelo espartilho, pela forma e pelo tipo, foram muitíssimo interessantes.

 

Descontando a promoção feita pelas estações televisivas e rádios, como se estivessem a motivar as claques para os vários jogos de futebol, houve uma grande atenção aos debates, o que demonstra que as pessoas estão interessadas e preocupadas com o desfecho destas eleições, que estas eleições são sentidas como muito importantes, que há um regresso à disputa ideológica entre direita e esquerda tendo todos os protagonistas procurado explorar e acentuar os pontos de divergência.

 

12
Set09

Combate 10 - PSD contra PS - rescaldo

Sofia Loureiro dos Santos

 

Na SIC-N estão vários comentadores a tentar convencer os espectadores de que não houve bem vencedores e vencidos, que afinal as coisas não correram assim tão mal a Manuela Ferreira Leite neste último debate.

 

Eu penso que as coisas correram muito mal a Manuela Ferreira Leite. A quantidade de vezes que disse e desdisse, a atrapalhação com os problemas da verdade, das listas, da Madeira, a mudança de posição entre a sua fase de governação e a sua fase de oposição, o TGV, os espanhóis, aquela inacreditável sugestão para Sócrates falar com os camaradas para pararem as manifestações, as SCUT, a sua opinião, que pelos vistos também se alterou, em relação às funções do Estado e, finalmente, o apoio declarado à política de Educação do governo em 2008, ameaçando Sócrates, caso recuasse, seguido da condenação da mesma política depois de assumir a liderança da oposição.

 

Sócrates exagerou nas SCUT e não respondeu a várias perguntas. Penso mesmo que Clara de Sousa, que esteve bem, foi um pouco mais tolerante para os tempos de Sócrates do que para os de Manuela Ferreira Leite.

 

Se este debate foi decisivo? Disso já duvido. Mas confirmou a melhor preparação de Sócrates e não fez muito pela credibilidade de Manuela Ferreira Leite.

 

Nota: Também aqui.

 

11
Set09

Estimativas eleitorais (3)

Sofia Loureiro dos Santos

 

 

A Marktest também divulgou uma sondagem. Hoje é o dia de todas as sondagens.

 

Ao contrário das anteriores, esta sondagem dá um grande aumento de intenções de voto no BE o que, a confirmar-se, repetirá o fenómeno PRD. Ciclicamente aparecem os moralizadores da vida pública que, tão rapidamente aparecem como desaparecem. O BE não é novidade. A novidade é a capitalização do descontentamento de alguns sectores da sociedade, principalmente os ligados à função pública. Será muito interessante seguir o discurso de Francisco Louçã, pois a sua ambição é transparente e será difícil manter a atitude anti-poder. Será altura de renovação no BE?

 

Quanto aos grandes partidos, a sondagem não difere muito das outras duas. Mais uma vez, é entre estes dois partidos que se disputará a vitória.

 

Tempos muito interessantes e muito importantes se avizinham. É preciso que todos se mobilizem, é preciso que todos participem, é preciso que todos votem.

 

Nota: Também aqui.