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SIMplex

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24
Set09

Na hora da despedida

Rogério Costa Pereira

Não vou recorrer aos lugares-comuns em que sempre aparentam converter-se os discursos genéricos sobre opções de  voto, limitando-me a remeter para o manifesto e para todos os meus posts. Lamentavelmente, não tive tempo para me debruçar como pretendia sobre os temas que mais me tocam, designadamente a Justiça.

 

Dito isto, aqui termino a minha participação no SIMplex, acrescentando que foi um prazer integrar este projecto e e-privar com todos aqueles que o compuseram.

 

Retorno à  jugular - que terá agora o azar de voltar a contar comigo a tempo inteiro -, e será nessa veia maldita que, de futuro, apreciarei o que me apetecer apreciar - incluindo os resultados das legislativas do próximo Domingo.

 

PS - Obviamente, não se explicou!

 

21
Set09

Obviamente, explique-se!

Rogério Costa Pereira

Embora esteja demasiado aborrecido para escrever um post sobre o assunto do dia e apesar de todas as razões que me ocorrem para a escolha do timing da decisão me deixarem ainda mais zangado, não posso deixar de dizer umas palavras, em forma de exigência.

 

O que eu exijo - de exigir - é que Cavaco se explique, que diga de uma vez (já o devia ter feito) se sabia ou não sabia. E se não sabia qual a desculpa para não saber. Não pode é insinuar à sexta (com aquela da falta de ingenuidade - dele e da jornalista) o que insinuou e despedir à segunda. O que é que aconteceu nestes três dias? Que Cavaco, no seu interesse (coisa que não me interessa), não podia tomar esta atitude depois das eleições é óbvio - seria crucificado -, e até admito que não tivesse elementos para a tomar em Agosto. Eu quero apenas conhecer a razão de Cavaco ter despedido hoje o assessor de 25 anos. Só isso. E, como já perdeu o argumento de não querer imiscuir-se na campanha, terá que o fazer amanhã. É que um Presidente - e este em que votei - não serve para fazer o controlo dos danos do seu umbigo, mas dos do país.

 

Aguardo.

19
Set09

O Público sai de José Manuel Fernandes e outras coisas de somenos

Rogério Costa Pereira

Demasiado ocupado com o meu tacho – os prazos judiciais recomeçaram a contar –, não tenho tido tempo para escrever por aqui. Mas as notícias do dia – deste dia – ressuscitam qualquer um, maltratando todas as desculpas de bom trabalhador.

Como fiz questão de "avisar", votei em Aníbal Cavaco Silva nas últimas presidenciais – assim como, desde que tenho tempo (na acepção do de vida) para ir às urnas, votei sempre em Aníbal Cavaco Silva. Hoje, 18 de Setembro de 2009, sinto um sabor a podre. Como se as “minhas” “vividas” (assim mesmo, com quatros aspas) urnas de voto se tivessem transformado nas do tipo que albergam corpos e levam terra e água benta em cima. Ad aeternum.

Começo pelas questões de deontologia jornalística – e é triste quando a propósito de um Presidente da República se começa por aqui. Será legítimo a um jornal revelar a fonte de outro jornal? Será que a fonte de um jornal obriga outro jornal – no sentido de este não poder fazer notícia da sua revelação?

Ouvi hoje, entre a sala e a cozinha, José Manuel Fernandes dizer a Ana Lourenço, na SICN, qualquer coisa como “em tempo de eleições somos mais cuidadosos”. Nem me vou dar ao trabalho de me armar em Pacheco Pereira e recolher uma boa centena de exemplos que seriam prova cabal do tal “cuidado” – coisa que até pode ter uma leitura curiosa, que me dispenso de escalpelizar. José Manuel Fernandes, em tempo de eleições, mantém-se igual a ele próprio, como quem tem uma missão. "Cuidadoso". O tal “cuidado” que levou o Público a manter em carteira uma cacha durante ano e meio (“cuidado”, que ainda não é a altura), o tal “cuidado” que levou – lembro-me avulso – o Público a destacar, esta semana, na edição online, as “surpreendentes” declarações do líder da JSD, em detrimento da “bomba” do dia (os votos a 25 euros). O mesmo “cuidado” que leva José Manuel Fernandes a twittar como quem cavalga sem freios – anunciando o que vem por aí, como se se abeirasse o apocalipse (mas são notícias de virar de esquina) –, como se o futuro (dele? do mundo? stricto sunsu?) dependesse disso. Exactamente o mesmo “cuidado” que levou José Manuel Fernandes a anunciar, aquando da intervenção do Provedor do jornal (Público) na semana passada, que a verdade – uma espécie à la – havia de vir ao de cima. E veio, mas via Diário de Notícias.

Soube-se hoje que José Manuel Fernandes, com tanto “cuidado”, vai sair do Público depois das autárquicas. A notícia está mal dada. O Público é que vai sair de José Manuel Fernandes, que este já acumulou penas suficientes (amores, amores e odios), daquelas que entroncam as asas, para ir longe. Quiçá além fronteiras.

Voltando à questão das fontes. Como é óbvio, as fontes são pessoais e intransmissíveis e só obrigam a quem delas se serve. A revelação da fonte de um jornal por outro jornal não só é admissível, como pode ser recomendável – ainda para mais quando as fontes são como que uma espécie de trombetas do diabo (na acepção queirosiana - lembram-se do Palma Cavalão? Do nosso vizinho Dâmaso?). Desmascará-las é dever de ofício jornalístico. E este caso das “escutas” é o melhor exemplo. Marcelino está de parabéns – é preciso ter tomates.

Ouvir hoje José Manuel Fernandes – jornalista feito notícia – agoniou-me. O homem parecia que tinha acabado de cair num planeta sujo, com o dever de o limpar – e sozinho. Quem o ouvisse, sem o conhecer, quase que acreditaria na dor que lhe invadia a alma. A deontologia, ai a deontologia (aquela de que nos “alembramos” nas horas más).

E Aníbal Cavaco Silva? Nada a apontar. Votei, enganei-me, retracto-me. O problema foi meu. É meu! À minha consciência acrescentou-me uns quilos – o Presidente. Ao dizer que não se intromete, fá-lo. Pelo simples facto de o dizer. Mas, como que de aviso, atira que depois das eleições falamos. E a minha consciência entra em obesidade mórbida. Falaremos sim. Eu e uns milhões – que a explicação que a excelência ora não deu fica em débito.

(também na Jugular)

13
Set09

Debate Sócrates vs Ferreira Leite: de Espanha nem bom vento nem bom casamento - mas da madeira sim

Rogério Costa Pereira

Segundo Ferreira Leite, Alberto João Jardim (ao encabeçar a lista de deputados pela Madeira) não se está a candidatar a dois lugares ao mesmo tempo, uma vez que o lugar de presidente do governo regional da Madeira não é um lugar electivo, ergo, Jardim, apesar de já ter declarado ficar na Madeira, não é um falso candidato. Se assim fosse, de acordo com a senhora da política da verdade, "também um de nós [JS e MFL] é falso candidato porque um de nós será PM". Ou seja, de acordo com MFL, Jardim é tão obviamente falso (candidato), que é verdadeiro - pois se toda a gente sabe que ele sempre foi cabeça de lista. Não perceberam? Eu também não.  De resto, isto nem sequer chega a ser ideia peregrina. Isto é quando um e um são três. Mais, isto é fazer de nós parvos.

  

"Eu não estou aqui para defender os interesses dos espanhóis, eu estou aqui para defender os interesses dos portugueses".

Esta "coisa" à la Manuel Monteiro, preferida por Ferreira Leite a propósito do interesse dos espanhóis em entrar com o TGV por Portugal adentro, quase que se auto-comenta. Ainda assim, avanço - à laia de desabafo - com uma aposta:  se o PSD ganhar as eleições, a suspensão do TGV não durará 9 meses. E a MFL tem (tinha) o dever de o dizer - de ser sincera. A Europa não pode parar em Badajoz. Aliás, MFL, com todos os - no seu dizer - "meros" acordos de princípios que assinou quando esteve no Governo, a esse propósito, sabe-o bem.

 

O resto do debate foi a caça ao indeciso. O resultado não foi estrondosamente óbvio (desde logo porque não estou indeciso e custa-me entrar nessa pele), mas parece-me que MFL, apesar de ter feito o seu debate menos mau, mostrou que não está preparada para conduzir Portugal. E, menos ainda - o discurso a propósito do TGV mostra-o bem -, para conduzir Portugal na Europa. Um Primeiro Ministro tem que saber o que diz. Esta espécie de guerra declarada aos espanhóis, espécie de afronta pateta ao urgente iberismo - à laia de "orgulhosamente sós" -, mostra bem que MFL vive noutros tempos.

 

As cartas estão lançadas, vamos a votos.

 (também na jugular)

11
Set09

Dia 27 voto PS

Rogério Costa Pereira

Dia 27 voto PS. Não voto num PS "depois logo se vê, é conforme...". Não voto num PS que se alia ao PP e ainda menos voto num PS que se alia ao Bloco. Não voto no bloco central, não porque abomine o ideal, mas porque nunca como hoje a minha ideia para o país se afastou tanto daquilo que o PSD - "este PSD" - defende.

Voto PS maioritário, voto PS minoritário - não vou além disso. Não voto em alianças para evitar o "papão" da ingovernabilidade. Voto em eleições daqui a quatro anos, mas não me repugnam eleições daqui a dois.

Acredito no programa - em sentido lato - do partido em que voto, não ponho a cruz em miscelâneas mal paridas e à pressa. Quando as moções de censura vierem, os PRD's dos tempos que correm se explicarão ao país. E cá estaremos de novo, se necessário for.

 

O que me faz estar aqui, mais que tudo, é a luta contra o eterno "começar do zero" - coisa que parecemos aceitar - este país -, de forma impávida e relaxada, como se nos estivesse na massa do sangue. Não está! É altura de parar com as chicotadas psicológicas à 3ª jornada.  É tempo de parar com sebastianismos de virar de esquina. O caminho é este. Dia 27 voto PS.

08
Set09

Debate: Sócrates vs Louçã

Rogério Costa Pereira

Ficámos todos a conhecer muito bem o programa do Bloco (com e sem ironia) - e conhecer o programa do Bloco é importante para quem pensa(va) votar Bloco. Desta vez - e pela primeira vez -, verificou-se um vencedor claro: Sócrates. E nem sequer foi à tangente. 7 a 1, eu diria - Sócrates fez a Louçã o mesmo que Manuel Fernandes fez àquela defesa do Benfica.

 

Foi muito engraçado ver Louçã levar a maior tareia da sua vida. Ficou gravado. Não, meu caro, não foi um comboio. Foi como que um feitiço.

 

08
Set09

E é assim...

Rogério Costa Pereira

"(...) A Senhora Dr.ª Manuela Ferreira Leite, a Quem muito prezo e respeito e que tenho pena que não esteja aqui para ouvir isto, faria um grande Serviço ao partido, não se candidatando.

Não tem hipóteses de ganhar 2009.

Se a Senhora Dr.ª Manuela Ferreira Leite, ou outros de certo modo exóticos, persistem em ir para a frente, representarão, todos, sem excepção meras facções do partido.

Com o risco de fazerem o Partido implodir, na sequência das eleições internas. Não tenham ilusões!

E nisso eu não entro. Como não entro nisso de facções. Estou como o poeta: «Sei que não vou por aí»

A responsabilidade está do Vosso lado!”

 

Alberto João Jardim, excerto do discurso ao Conselho Nacional do Partido Social Democrata, em 24 de Abril de 2008 (publicado no Jornal da Madeira)