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SIMplex

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09
Set09

Dúvida sobre as nacionalizações do Bloco: Banca, Energia, Seguradoras, e mais o quê?

Diogo Moreira

Sabemos pelas páginas 50 e 52 do programa eleitoral do BE que querem nacionalizar a banca, o sector energético e as seguradoras,

 

Contudo, na páginas 10 a 12 está insinuado que outros sectores deverão ser exclusivamente públicos como a educação, a saúde e os transportes.

 

A minha dúvida é se os colégios e universidades privadas, todos os hospitais, clínicas e laboratórios de análises, assim como as companhias de transporte, também seriam nacionalizadas se o BE fosse poder?

 

E já agora, quanto tempo é que demorariam a ilegalizar a propriedade privada?

 

Antecipadamente grato pela resposta.

07
Set09

O Bloco defende o regresso ao PREC?

Diogo Moreira

Foi com grande consternação que assisti no debate com MFL à defesa despudorada que Francisco Louçã fez das “nacionalizações por decreto” que ocorreram num dos períodos mais negros da nossa história: o PREC.

 

Considerá-las necessárias porque “os seus proprietários fugiram do país”, ou porque supostamente impediam a “democratização” da economia, é das coisas mais incríveis que já ouvi num debate politico.

 

Com estes argumentos, torna-se perfeitamente óbvio que o BE nunca poderá ser parceiro de governo, ou até mesmo participar em acordos de incidência parlamentar para a sustentação de um qualquer governo.

 

A fuga de capitais para o estrangeiro provocada pelo terror de todos aqueles que temeriam, legitimamente à luz destas declarações, que os seus bens fossem nacionalizados se Louçã alguma vez assumisse funções governativas seria o suficiente para devastar a nossa economia.

 

A propriedade privada é um valor fundamental da democracia.

 

Sem ela não existe liberdade.

03
Set09

O caso Manuela Moura Guedes

Diogo Moreira

Confesso que é com total estupefacção que recebi a notícia de que o Jornal Nacional da TVI à sexta, sob a coordenação de Manuela Moura Guedes, tinha sido suspenso por decisão da administração da TVI. O resultado foi a demissão em bloco da direcção de informação da estação e de alguns elementos da redacção.

 

Não gosto do estilo jornalístico de Manuela Moura Guedes, e nem era um espectador atento desse noticiário. Contudo, penso que é consensual que estamos a falar de um jornal líder de audiências, e que muito contribui para a liderança da própria TVI.

 

No meio disto, especula-se abertamente nos sítios do costume que esta decisão terá sido o resultado de alegadas pressões por parte do PS. Tal acusação, que carece de qualquer fundamento, é dirigida a um partido que historicamente se bateu pela liberdade de imprensa (vide Caso República), além de que indiciaria um nível de estupidez politica que é inimaginável num líder partidário que ganhou aquilo que Sócrates já conseguiu.

 

Mas o possível aproveitamento político desta situação é óbvio, podendo vir a ter reflexos desastrosos sobre a imagem do PS. 

 

É exigível, portanto, que a administração da TVI esclareça publica e cabalmente quais os motivos que levaram a esta decisão, que à luz do que é conhecido dificilmente poderá ser atribuído a razões de carácter económico. Não o fazer, poderá ser apenas entendido como uma tentativa de influenciar o resultado destas eleições. 

     

E para que fique claro, pela parte que me toca, obviamente repudio qualquer tentativa de influência política nos critérios editoriais de qualquer órgão de comunicação social. A liberdade de imprensa é um valor fundamental da democracia.

 

Qualquer acção por parte dos media que seja considerada, por indivíduos ou instituições, como injuriosa ou difamatória, pode ser sempre alvo de processo judicial. É assim que se resolvem os problemas em sociedades livres e democráticas.

 

28
Ago09

Solidariedade*

Diogo Moreira

No corrente debate eleitoral tem-se falado de pessoas e de políticas e pouca atenção foi dada a algo que também separa as visões do mundo em confronto. Os valores.

 

Não defendo uma sociedade igualitária, ao contrário de partidos à esquerda do PS - que ainda advogam uma sociedade sem classes, sem desigualdades, em que todos são iguais - tenho consciência que a igualdade de todos os indivíduos é irrealizável. Isso deve-se à natureza da condição humana. Todos desejamos coisas diferentes e obtemos a nossa felicidade por meios muito diversos. Advogo uma sociedade livre e vibrante, em que seja possível a progressão individual, para que todos e todas possam alcançar a sua felicidade.

 

Defendo assim que o Estado deve proporcionar as condições necessárias para que a desigualdade natural dos indivíduos não seja impeditivo da sua ascensão social por via do mérito. Esta é a razão do Estado Social. Alguns de nós nascem ricos, outros nascem pobres. Alguns com saúde, outros doentes. Uns nas áreas urbanas, outros em zonas rurais. O Sistema Nacional de Educação assegura que, a custos reduzidos, todos - independentemente das posses, ‘status', local de residência e outras diferenciações - possam ter acesso ao mais eficaz elemento de progressão social: a educação. O Serviço Nacional de Saúde minora uma das consequências da desigualdade económica e social - uns terem mais saúde do que outros. A Segurança Social assegura, através de subsídios, que a doença e o despedimento, que antes eram causas de miséria absoluta, passem a ser obstáculos que podem ser ultrapassados. E as reformas dos pensionistas - financiadas pelos trabalhadores no activo, através do intermédio do Estado - afiançam que o fim da vida útil não seja a pobreza da maioria.

 

E como é que se financia o Estado Social? Por lógicas redistributivas, em que o dinheiro de todos, mas sobretudo das classes média e alta, captado por impostos progressivos, financia um sistema universal que serve todos, assistindo os mais desfavorecidos. A solidariedade inter-geracional está na origem do nosso sistema de segurança social. Pagamos com o nosso trabalho as reformas de quem já não trabalha, como no futuro outros pagarão as nossas.

 

Toda a arquitectura do Estado Social assenta também na solidariedade. Entre os que têm muito ou alguma coisa e aqueles que têm pouco ou nada. O meu ideal é que os pobres de hoje tenham possibilidade, caso o mérito deles o permita, a vir a ser os ricos de amanhã. O que menos se fala é que os ricos de agora podem, por vicissitudes, vir a ser os pobres do futuro.

 

A solidariedade existe em ambos os sentidos.

 

(publicado hoje no Diário Económico)

 

*Pode ser visto como continuação do artigo de Irene Pimentel

26
Ago09

Erros do passado

Diogo Moreira

 

Tirando a parte da "criaturinha", que pode ser considerada de mau tom, até tens razão no teu argumento.

Enfim, os erros do passado assombram-nos sempre.

É da vida.

É claro que o juízo que fazemos sobre as pessoas é sempre o pesar dos seus erros, tanto no passado como os que tememos no futuro, com os bons actos que fizeram ou podem vir a fazer.

Se considerarmos que uma pessoa fica inequivocamente marcada pelo que fez no passado, ou porventura por não ter assumido no presente esse erro, então nada mais há para dizer.

 

Eu, pela minha parte, nunca esperei que os líderes fossem pessoas perfeitas, sem erros e sem vícios.

 

Gosto de julgá-los pelas suas políticas e pelas suas acções na política. Julgo também os seus partidos e as pessoas com que se rodeia politicamente. A sua vida privada ou profissional dá-me apenas indicação da sua ética e da sua moral. E isso, para mim, é relevante apenas em casos extremos.

 

Acho a história da “licenciatura por fax” ridícula? Claro que sim.

 

Acho que isso o desqualifica para ser Primeiro-Ministro e não poder falar sobre educação? Claro que não.

 
Adenda: Foi retirada uma frase do post que dava a impressão errónea que todos os membros deste blog concordavam com um dos argumentos deste post. Neste caso, como em todos os posts assinados individualmente, a opinião aqui expressa é exclusiva do seu autor.

 

24
Ago09

Faltam quatro dias

Diogo Moreira

A secção de operacionais ligeiros (SOL) socialistas, também conhecidos como os “espiões do PS”, acaba de descobrir mais um “perigoso segredo” do PSD.

 

Faltam quatro dias para o fim do grande mistério. A 27 de Agosto, ou seja nesta quinta-feira, ficaremos finalmente a saber o que nos tem sido escondido desde há tempos imemoriais.

 

Nesta quinta-feira será apresentado o programa eleitoral do PSD.

 

Já não teremos que nos basear na leitura de folhas de chá, ou em discursos ocos e contraditórios. Não mais teremos que adivinhar se as ideias veiculadas pelos nossos leais opositores são mesmo aquilo que o PSD defende.

 

A partir de quinta-feira, acabou-se a ambiguidade. As decisões terão sido tomadas. O PSD finalmente mostrará o que propõe para o país. Para o bem e para o mal, entraremos numa nova fase do conflito político.

 

As expectativas não poderiam ser mais elevadas.

 

16
Ago09

E começou...

Diogo Moreira

 

Com estas declarações, talvez tenha sido dado o tiro de partida para uma das campanhas mais sujas que Portugal já conheceu em termos de eleições.
 
Tanta lama há de ser lançada de lado a lado, que ninguém dos principais partidos sairá “limpo” desta história.
 
O BE, o PCP e o CDS-PP agradecem.
 
E já agora, o que significa Aguiar-Branco dizer que o “Governo está sob suspeição?” Estará o vice-Presidente do PSD a insinuar que o Governo do país é uma associação criminosa?
 
Se querem referenciar alguma coisa concreta em relação a alguém, sejam claros, e não se escudem em generalizações.  
12
Ago09

A voz aos próprios: Listas do PSD são «golpes terríveis na democracia»

Diogo Moreira
12
Ago09

O caso da bandeira (V)

Diogo Moreira

É bom ver que a autoridade do Estado, o Estado de Direito ou o simples cumprimento da Lei é algo que os “guerrilheiros ideológicos” consideram risível.

 

Espero que saibam o que isto lhes custa em termos de legitimidade para falar sobre estes assuntos.