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SIMplex

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14
Ago09

Da falta de senso ao mau gosto

Bruno Reis

Os comentários que o Rui Tavares não sabe se fez à Visão, mas que lá apareceram publicados, realmente apenas são surpreendentes por virem de quem vêm. E a mim supreenderam-me e desgostaram-me, mesmo passado dias de terem sido divulgados. Talvez não os tenha feito, e convinha então que os desmentisse claramente. Geralmente os ataques ad hominem são especialidade de quem não pode mais em termos de argumentos.

 

Um primeiro ponto é o do desinteresse e partidarite dos blogues de causas como o Simplex. A isso responderia que têm a vantagem da honestidade - assumem claramente um objectivo político. O que não faltam são blogues bem partidários, mas que negam esse facto. Eu nunca senti aqui qualquer pressão no setindo de ter de alinhar por uma qualquer agenda partidária aquilo que escrevo.

 
Mas este tipo de declarações não surpreendem porque, como expliquei no meu primeiro poste neste blogue, uma das razões para arriscar tornar público o meu apoio ao PS nas legislativas é precisamente o facto de considerar que ainda só vivemos em meia-democracia. Não é possível apoiar um partido que esteja no governo - sobretudo se for de esquerda - sem se ser acusado sistematicamente de oportunismo, carreirismo e outros insultos semelhantes. Muita da "análise política" divulgada na nossa imprensa há já algum tempo que insiste nesse brilhante raciocínio.
 
É realmente natural que haja oportunistas em torno dos partidos de poder. Como é natural que haja ineptos frustrados, demagogos populistas e velhos do Restelo deslocalizados nos partidos de oposição mais ou menos permanente. Porém reduzir o debate político - seja em blogues, seja em qualquer meio de comunicação -  a esses chavões é afundar a  política na falta de senso e no mau gosto. É sobretudo ou não perceber ou não aceitar algo essencial para o bom funcionamento de uma democracia: o respeito por pontos de vista diferentes e a capacidade de os debater sem descer aos ataques pessoais.