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SIMplex

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31
Ago09

A entrevista de ministra da educação ao Diário Económico

João Galamba

"Acho que as pessoas têm dificuldade em enfrentar o conflito. Todos temos, eu também tenho as minhas. Ninguém gosta. Ninguém se orienta para procurar uma guerra.  As pessoas orientam-se por determinados objectivos e por vezes no caminho encontram-se grandes dificuldades que são a resistência, a manifestação de discordância. E há muitas formas de lidar com isso, a mais fácil é desistir. E a vida é muito mais tranquila quando não se faz nada. Sobre a crítica de que é possível fazer de maneira diferente. Isso é verdade, é sempre possível, mas quem o diz nunca aponta como que faria, nunca diz qual seria a metodologia"(...) "todos os partidos estão a comprar a paz com os professores por um preço que o país não pode pagar"

 

27
Jul09

Protestos educativos

Sofia Loureiro dos Santos

 

Fenprof promete protesto no início do ano lectivo – não me espanta. A FENPROF não fez outra coisa desde 2005, quando se começou a falar das aulas de substituição, senão protestar.

 

Se há área em que o governo mexeu, e bem, foi na área da educação. Este governo tentou reformar o sistema público de educação desde que tomou posse. Para isso centrou a actuação na reestruturação da carreira docente dignificando-a e organizando-a em dois graus, dando aos mais experientes a possibilidade de terem funções mais específicas e diferenciadas, entre as quais a avaliação de desempenho dos colegas mais inexperientes.

 

26
Jul09

A inveja é uma coisa feia

Hugo Mendes

Maria João Marques escreveu no "Jamais":

 

«Outra promessa do PS referida na notícia linkada, o 'licenciamento zero', faz lembrar o SIMPLEX, o PRACE, o 'plano tecnológico' e outros chavões socialistas quase sem efeitos práticos. E á ainda menos para acreditar do que nestes».

 

Sobre a alegada "ausência de efeitos práticos", aqui está um que o PSD gostaria de ter sido capaz de atingir:

 

 

 

 

A autora não tem motivos para desconhecer, uma vez que o gráfico consta da Síntese de Indicadores Estruturais do Instituto Sá Carneiro, actualizada todos os meses.

 

26
Jul09

Da democratização pela tecnologia

Sofia Loureiro dos Santos

 

 

Para além das vantagens que já nomeei, especificamente na área da saúde, a aposta nas novas tecnologias e na informatização é uma aposta na melhoria de acesso ao conhecimento, nomeadamente com a utilização da internet, na possibilidade de qualquer um poder ler um artigo, fazer pesquisas históricas, científicas, ler jornais, contactar pessoas das mais várias áreas geográficas, fazer compras, debater assuntos, visitar museus, apreciar música, descarregar livros em PDF, publicar as suas opiniões, usar serviços públicos como os de finanças, a loja do cidadão, marcação de consultas, etc., etc.

 

26
Jul09

O grande conundrum

Leonel Moura

O resultado das próximas eleições será decidido em grande medida pela capacidade em demonstrar que só com o PS de José Sócrates o país pode continuar a evoluir e modernizar-se. E, se refiro o PS de José Sócrates é, desde logo, porque há muitos PS's dentro do PS – e nem todos me merecem apreço – mas porque os últimos anos mostraram que nunca Portugal teve um governo tão contemporâneo de si mesmo. As voltas do acaso e da história levaram ao poder uma parte considerável dos melhores e mais bem preparados do nosso tempo.

Nunca o sobressalto tecnológico foi tão intenso; nunca a ciência – na sua organização, meios, práticas e capacidade de intervenção nacional e internacional –, teve um avanço tão marcante como neste governo; nunca antes muitas medidas, da educação à saúde, ambiente ou economia foram tão ousadas e produtivas. Hoje Portugal é uma referência mundial na ciência e na tecnologia. Hoje Portugal, pequeno país periférico, é capaz de gerar programas que servem de modelo para o resto do mundo.

26
Jul09

Das idolatrias modernas

Sofia Loureiro dos Santos

 

É verdade. Rodrigo Adão da Fonseca tem razão. Eu deslumbro-me com a informatização.

 

Deslumbro-me com a possibilidade de ter dados, que posso estudar. Deslumbro-me com o facto de esses dados me ajudarem a perceber onde estão os constrangimentos, os problemas, as insuficiências, para as prevenir e melhorar. Deslumbro-me com a possibilidade de monitorizar procedimentos que menorizam o erro.

 

O mérito deste governo foi, de facto, demonstrar como é útil a informatização dos serviços públicos, como ajuda à diminuição do desperdício, como facilita a avaliação e a eficácia, como rentabiliza o tempo e melhora a qualidade dos serviços e dos utentes.

 

O meu deslumbramento chega mesmo a dizer que a informatização dos serviços públicos corresponde a uma revolução indispensável para a qualificação dos mesmos.

 

Não chega para a reforma da administração? De acordo, mas é um salto de gigante nesse sentido. E este governo, para além de o ter percebido, defende-o e implementa-o.

 

26
Jul09

Jamais/Jamé bate recorde

Bruno Reis

Não me atreveria a responder a este jamé [sic] do Rodrigo Adão da Fonseca por vez da Sofia. No entanto, como no fundo e bem espremida este laranja diz que tudo o que a Sofia afirma é verdadeiro e bom, não há muito a que responder.  

 

Como simplex leitor atrever-me-ia (ainda assim) a dizer que não me parece que alguém na esquerda seja tão optimista que pense em dar computadores a analfabetos. Ou seja, e isto parece ser algo que alguma direita por alguma razão (falta de literacia?) tem dificuldades em perceber: o Magalhães pressupõe miúdos que saibam ler e escrever. Ou seja, uma (computadores) não é suposto substituir a outra (saber ler e contar). Literacia = bom. Literacia electrónica = também bom. 

 

Também não me parece certo ver um utópico optimismo de esquerda  no pensar-se que, em princípio, os médicos e outros profissionais da saúde são alfabetizados. (Até me parece que o PSD ou alguém por ele colocar isso em dúvida será talvez visto  como um insulto).

 

Mas o verdadeiramente importante do poste é a conclusão:

 

a competitividade não depende da "vontade política", nem do "investimento público", nem da "aposta em novas tecnologias". Depende, sim, de drivers pouco simpáticos para o socialismo centralizador. A competividade assenta na inovação dos agentes privados, na diminuição da carga fiscal, na educação, na libertação do tecido económico do peso da burocracia e, sobretudo, na livre concorrência, que não pode ser distorcida pelas intervenções governamentais ou dos agentes públicos.

 

Mas esperam lá... não foi a direita que andou, há dias, a massacrar o agente público conhecido por Governador do Banco de Portugal, Vítor Constâncio, porque não interveio mais no BPN (depois do escândalo, claro)?

 

É sabido que a memória política em Portugal é curta, mas isto é um novo recorde.

24
Jul09

SNS e informatização

Sofia Loureiro dos Santos

 

 

A blogosfera afirma-se como um espaço de debate pré-eleitoral, reunindo-se em blogues colectivos ou manifestando-se em blogues individuais.

 

Para já a formação do SIMplex despoletou a emergência do Jamais (para ler em francês), alinhando-se os guerreiros de cada lado da barricada.

 

Ainda bem. É claro, honesto, interessante e divertido. Ma é conveniente não esquecer o objectivo da batalha: discutir opções políticas, alternativas, discutir áreas de actuação em falta, resultados, ideologias.

 

24
Jul09

It’s all about choice...

Tiago Julião Neves

 

Atravessamos uma crise mundial sem precedentes e Portugal é um país pequeno e periférico na cauda da Europa. Somos também um país com um tremendo potencial, que pode inovar e crescer em áreas chave se soubermos aproveitar as oportunidades de renovação que acompanham esta crise.

 

Podemos escolher um líder à medida do país que temos ou um líder à medida do pais que queremos. A escolha é entre continuar agarrado à imperial a insultar o árbitro ou saltar para o campo para ajudar a equipa.

 

Da bancada as coisas parecem sempre fáceis e eu não quero um Portugal de bancada. Quero uma equipa com uma visão pragmática, moderna e reformadora da sociedade. Quero uma liderança sem medo de fazer escolhas arrojadas e correr riscos, capaz de apostar em projectos estruturantes e com coragem para reformar paradigmas obsoletos.

 

Esta equipa irá certamente errar em várias ocasiões, mas só não erra quem não faz escolhas e Portugal precisa absolutamente de fazer opções e também precisa de aprender a gerir os fracassos pontuais, que são matéria-prima das vitórias futuras.

 

A estratégia de imobilidade do PSD, não respirar a ver se o Tyrannosaurus passa ao lado, não colhe apoio por estas bandas, porque acredito que Portugal não se pode dar ao luxo de não agir. As escolhas serão por vezes fracturantes, mas as repercussões sociais, ambientais e económicas da inacção defendida pelo PSD são com certeza muito piores e eu prefiro continuar a respirar a confiar na distracção do réptil.

 

24
Jul09

O governo PS não deixou tudo na mesma (1)

João Galamba

Já é um cliché da oposição: o governo nada fez. A oposição - sobretudo a de direita - passa grande parte do tempo a desvalorizar o ímpeto reformista do actual governo, reduzindo-o a um simples exercício de propaganda sem qualquer resultado prático. É tudo mentira, marketing, power-point, estatísticas, comunicação — e fanfarronice, muita fanfarronice. Mas esta acusação não sobrevive ao confronto com a realidade dos factos. Um exemplo: a redução do número de funcionários públicos. No programa apresentado em 2005, o PS prometeu menos 75 mil funcionários públicos. Resultado no final de 2008: menos 60 mil. É pouco? Dir-me-ão: muito ou pouco, o PS não cumpriu o objectivo. Aproximou-se, é certo, mas, em rigor, não cumpriu. E também não teria cumprido se tivesse reduzido apenas 74.999. Cada um fará o juízo e as contas que entender, mas uma coisa é certa: "nunca num regime democrático se fez uma redução desta dimensão"