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SIMplex

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25
Set09

O PS e os Professores

Bruno Reis

É normal que haja muitos professores irritados. Reformar a educação nunca é fácil. A avaliação nunca é uma coisa objectiva. O PS e Sócrates já deixaram claro que vão ouvir mais - os sindicatos, se desta feita for possível, ou directamente os professores se os sindicatos continuarem numa posição bloqueio de qualquer negociação exigindo a suspensão da avaliação

 
Há provavelmente muitos professores que acharão que com o PSD no poder conseguirão acabar com a avaliação. Coloco duas questões aos meus colegas professores:
 
1. Querem arriscar uma nova avaliação “científica” e “estrangeira” proposta pelo PSD no seu programa? Isto é um esquema para enganar tolos. Todos – especialmente os professores – sabem que não há avaliações 100% objectivas.   
2. O que é se pensa de alguém que diz que nenhuma avaliação lhe serve, que nenhum avaliador é justo?   
O futuro da escola pública está em jogo nestas eleições, é essa a minha convicção, e espero que haja mais professores a perceberam isso.
17
Set09

Educação: progressos que se reconhecem

Carlos Manuel Castro

Educação em Portugal recebe elogios da Comissão Europeia

Os dados são de um relatório da Comissão Europeia e invertem a tendência revelada em outras avaliações internacionais. Neste caso, Portugal está bem classificado em vários parâmetros e merece até elogios.

 

Há quem pense que nos últimos quatro anos nada se fez em Portugal. Por muito que alguns não apreciem e queiram dizer que nada valemos, o trabalho desenvolvido dá os seus frutos. E estes são reconhecidos, como agora a Comissão Europeia admite e elogia.

 

É preciso dar seguimento a este grande investimento na Educação, para que no prazo de uma década possamos alcançar os melhores patamares educativos europeus.

 

Os primeiros e qualificados passos estão dados!

01
Set09

Vacuidades e a arte de não se comprometer com nada

João Galamba

Neste último post, entre outras coisas, critiquei a posição do PSD em relação à avaliação dos professores, acusando-o de ter comprometido toda e qualquer política reformista por razões de puro oportunismo eleitoral. O Joaquim Amado Lopes contesta o meu post citando uma passagem do programa eleitoral do PSD: "Afirmaremos a necessidade da existência de um processo de avaliação dos professores e da sua diferenciação segundo critérios de mérito.Suspenderemos, porém, o actual modelo de avaliação dos professores, substituindo-o por outro que, tendo em conta os estudos já efectuados por organizações internacionais, garanta que os avaliadores sejam reconhecidos pelas suas capacidades científicas e pedagógicas, com classificações diferenciadas tendo por critério o mérito, e dispensando burocracias e formalismos inúteis no processo de avaliação".

 

Esta passagem não cola com a posição — oportunista e irresponsável — do PSD face às manifestações dos professores. O problema do PSD é o de não ter percebido — ou melhor, ter fingido que não percebeu — que a posição dos professores nunca visou o(s) modelo(s) de avaliação proposto(s) pelo PS; o alvo foi — e será sempre — todo e qualquer modelo de avaliação que procure instituir princípios de meritocracia que avaliem e premeiem os melhores professores. O PSD pode colocar o que quiser no seu programa. A irresponsabilidade de se ter colocado ao lado dos professores valerá sempre mais do que mil palavras.

29
Ago09

Solow, Magalhães, ou por que a "política da varinha mágica" não existe

Hugo Mendes

Em meados dos anos 80, Robert Solow disse algo que ficou conhecido como o paradoxo de Solow: «os computadores estão em todo o lado excepto nas estatísticas de produtividade». Pois bem, foi preciso esperar mais de uma década para que as empresas adaptassem a sua lógica organizacional e a gestão dos seus recursos humanos ao potencial oferecido pela tecnológicas da informação, de forma a extrair delas benefícios. Nesse momento, a produtividade norte-americana subiu consideravelmente.

 

Lembro-me sempre do paradoxo de Solow quando ouço dizer que os computadores, e em particular os Magalhães, não “servem para nada” (na sala de aula e  não só). Pois, se calhar não servem porque a sua introdução é muitíssimo recente, e tanto professores – que estão em formação, e que prosseguirá no futuro – como alunos ainda não aprenderam a melhor estratégia, nem a introduziram na sua rotina diária, para optimizar o seu uso. 

 

27
Ago09

Recuar, retroceder, suspender, voltar atrás

Sofia Loureiro dos Santos

 

Temos programa do PSD. Ainda bem. Podemos, finalmente, analisar as propostas do PSD para a próxima legislatura.

 

O PSD define como uma das prioridades as reformas na Justiça. Não podia estar mais de acordo. A Justiça é um sector fundamental do estado, alicerce da própria democracia, que necessita urgentemente de credibilização, reorganização e rigor.

 

Lembro-me, no entanto, que o PSD celebrou com o PS um pacto, o tão famoso pacto para a reforma da Justiça, que quebrou. Não é que eu seja a favor de pactos, porque penso que dissolve a responsabilização política de quem governa. Mas se os partidos fazem pactos, espera-se que os honrem.

 

(…) Reveremos concomitantemente o modelo de remuneração de juízes e de magistrados do Ministério Público, para incorporação de uma componente que varie em função de indicadores quantitativos e qualitativos sobre o seu trabalho. (…) – Compromisso de verdade - Programa eleitoral do PSD – Legislativas 2009 - pág. 21

 

27
Ago09

Credibilidades Educativas e currículos a sério

Bruno Reis
programa eleitoral do PSD deixa em cómodo silêncio uma questão essencial que seria bom que MFL, o PSD e o Jamais verdadeiramente esclarecessem: comprometem-se a não transferir dinheiro do sistema de educação público para o sistema de educação privado?
 

Mas o Jamais  não disse jamais

 

27
Ago09

E, no entanto, ela cumpre-se

Mariana Vieira da Silva

A questão das qualificações dos portugueses faz parte, e bem, de todos os discursos de todos os partidos, nos últimos 35 anos. O diagnóstico é partilhado por (quase) todos, mesmo que as soluções apresentadas para superar este problema sejam muito diferentes. Portugal tem um problema citado por todos – uma elevadíssima % de jovens (18 aos 24 anos) que saiu da escola da escola sem completar o ensino secundário. Era cerca de 39% em 2006 (36 agora), o dobro da média da UE. Mas permanecia um outro problema, muito mais grave, até porque absolutamente excepcional na Europa em que nos inserimos: segundo os censos de 2001, 26% dos jovens entre os 18 e os 24 anos não tinha completado o ensino básico (9.º ano). Quer isto dizer que 1/4 dos jovens, apesar de cumprir a escolaridade obrigatória não terminava o ensino básico (a lei de bases fixava a obrigatoriedade de frequência da escola até completar o 9.º ano OU até aos 16 anos). São milhares de jovens(cerca de 25 000) que entraram no mercado de trabalho sem terem adquirido os conhecimentos considerados mínimos.

 
Os dados divulgados na passada segunda-feira mostram-nos uma coisa importantíssima que quase não vi referida: este ano terminaram o 9.º ano mais de 121 000 jovens (mais 10 000 que a coorte etária faria chegar ao 9.º ano). Os dados apresentados mostram que, pela primeira vez, os alunos terminam efectivamente a escolaridade básica definida em 1986.
 
Esta é uma marca da governação, um resultado das políticas educativas desenvolvidas - cursos CEF, diversificação das ofertas formativas, apoio ao estudo e planos de recuperação. Mas é, antes disso, um resultado que cumpre a ambição da lei bases do sistema educativo e que, por isso, devia satisfazer todos aqueles que a defenderam e que agora se preparam para concretizar os 12 anos de escolaridade para todos os alunos.
26
Ago09

Dos Currículos. dos Cábulas e da Falta de Educação

Bruno Reis

A cara Ana Margarida Craveiro (não lhe vou chamar nem doutora nem engenheira, é um hábito meu) voltou à carga com o Engenheirogate, provavelmente por influência dos maus ares da política de verdadeiro ataque pessoal em que tem assente a campanha do PSD.

 

Aparentemente para o Jamais e o PSD quem não é Engenheiro ou, suponho, Doutor (cabendo aqui explicar se se tolera o abuso de tal título por meros Licenciados) não pode falar de educação.

 

O que parece abundamente claro é que silêncio é realmente de ouro para o PSD e aos seus apoiantes. Geralmente o aluno cábula que não tem grande coisa para dizer prefere que os outros se calem para disfarçar.

 

Deixo de lado a questão de apenas em Portugal este questão ser levada a sério – um país ainda muitas vezes pronvicianamente obcecado não pela educação mas pelos títulos honoríficos que a mesma dá. Nem sequer vou perguntar se conhecem alguém que em Portugal que se intitule bacharel em Engenharia.
 
Surgem ainda assim uns problemazinhos com a tese do Jamais:
 
O tema da educação (e do Engenheirogate) tem sido divulgado insistentemente num jornal propriedade do engenheiro  Belmiro de Azevedo (que afinal creio que apesar dos seus muitos méritos também não é realmente engenheiro porque não está registado na Ordem dos Engenheiros) dirigido pelo director José Manuel Fernandes que (tão capaz quanto certamente é) não terminou a licenciatura... Será que o Público não pode segundo o Jamais falar de educação? (E significa isto que estará de volta a Censura e consequente asfixia democrática?)
 
27
Jul09

Protestos educativos

Sofia Loureiro dos Santos

 

Fenprof promete protesto no início do ano lectivo – não me espanta. A FENPROF não fez outra coisa desde 2005, quando se começou a falar das aulas de substituição, senão protestar.

 

Se há área em que o governo mexeu, e bem, foi na área da educação. Este governo tentou reformar o sistema público de educação desde que tomou posse. Para isso centrou a actuação na reestruturação da carreira docente dignificando-a e organizando-a em dois graus, dando aos mais experientes a possibilidade de terem funções mais específicas e diferenciadas, entre as quais a avaliação de desempenho dos colegas mais inexperientes.

 

27
Jul09

Educar para o trabalho

Luis Novaes Tito

BlogConfNos últimos dias ouviu-se várias vazes uma coisa com que concordo profundamente:

- Há que especializar jovens e torná-los capazes e com competência para exercerem profissões altamente especializadas, abrindo caminho para a mão-de-obra do futuro.

 

As vias profissionalizantes são alternativas a ter conta, principalmente quando andamos a licenciar em cursos sem quaisquer prespectivas gerações de jovens que depois não conseguem chegar ao mercado de trabalho e, quando chegam, têm de aprender diferente daquilo que lhes ensinaram nas escolas.

 

Mas não basta que se crie mão-de-obra. É necessário que esses jovens tenham a prespectiva de serem tão valorizados e poderem atingir os mesmos topos que os outros que se penduram nos "canudos" e olham para os especializados como "carne-para-canhão".

 

Vai ser à volta deste tema do Portugal parolo dos doutores e engenheiros que penso questionar mais logo, a partir da 17:30 h na LX Factory, o Secretário-geral do PS. A BlogConf poderá ser seguida em directo, via Internet, em muitos Blogs e no WebSite Sócrates2009.

 

No Twitter terá rasto através da hashtag #BlogConf