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SIMplex

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25
Set09

Teste decisivo à Esquerda (razões de um voto no PS)

Bruno Reis

Só o PS pode guarantir uma vitória da esquerda nas eleições legislativas.Claro que o PCP e o BE e muita comunicação social e “comentadores” dizem que o PS não é de esquerda.

 
Curiosamente na noite das eleições europeias o BE e o PCP vieram lembrar ao PSD que afinal quem tinha ganho a eleições não era o dito partido, mas sim o conjunto “da esquerda”. Portanto e para esse efeito o PS já era, afinal, de esquerda.
 
Mas o problema de fundo não são palavras de esquerda mas actos. Não se trata de saber quem fala mais ou menos de esquerda, mas quem faz mais. O PS tem uma linha de rumo clara nas últimas décadas e sobretudo nestes quatro anos – modernizar o país, e procurando criar mais riqueza e progredir economicamente, financiar de forma sustentada políticas de apoio aos trabalhadores e aos mais pobres.
 
Nunca a desigualdade cai tanto em democracia como nestes quatro anos de governo PS.
 
Nunca o salário mínimo subiu tanto em democracia como nestes quatro anos de governo de José Sócrates.
 
É verdade que a importância que o PS dá ao Estado como serviço público exigiu um esforço adicional a magistrados, professores e outros funcionários públicos.
 
É verdade que garantir um Estado solvente, exigiu contenção nos salários da administração pública. É normal que não fiquemos (individualmente) satisfeitos com isso. Ou até que defendamos alguns ajustamentos.
 
Mas reformas como a promoção pelo mérito, a loja do cidadão, ou o complemento solidário para idosos são actos (e não meros slogans) de esquerda; de quem quer guarantir melhores serviços públicos para todos; de quem quer faz uma opção preferencial pelos mais pobres e pelos trabalhadores com salários mínimos, mesmo sabendo que segundo os politólogos os pobres votam pouco.
 
Há quem fale muito de esquerda para ganhar votos. E há o PS que faz muita coisa de esquerda mesmo que isso custe votos. Resta saber se aqueles que se dizem de esquerda estão dispostos a ter a coragem das suas convicções e não se deixam levar pelas suas conveniências corporativas.
24
Set09

Coisas com (o meu) sentido

Luis Novaes Tito

O ciclo da governação actual termina com a abertura das urnas do próximo Domingo.

 
Vai ser preciso que antes desse momento os cidadãos não prescindam da sua vontade e que não entreguem o seu destino, e o dos seus, nas mãos de outros.
 
Mais do que ter de optar entre um estilo ou outro, entre uma imagem ou outra, entre uma personalidade ou outra, vai ser necessário decidir sobre o futuro, escolher sobre os caminhos a seguir e principalmente optar por dar um sentido aos sacrifícios feitos anteriormente para poder recolher os benefícios ou rasgar e romper com tudo para reiniciar sacrifícios novos de experiências velhas com os maus resultados conhecidos.
 
Há lugar a alguns “emendar de mão”, todos sabemos. Há lugar a melhorias e correcções, todos reconhecemos. Mas há muito bom percurso feito e muito caminho trilhado que não pode ser desperdiçado e que tem de ser levado até ao destino.
 
Por isso termino a minha participação no SIMpleX com uma declaração que não é novidade: - votarei no PS e convido todos que me lêem a fazer o mesmo, - e com um apelo a todos os democratas para que não deixem de votar, se entenderem noutras forças, mas não deixem de votar
28
Jul09

A que venho

Diogo Moreira

 

Tendo estado a semana passada fora do pais, só agora tenho oportunidade para começar a escrever no SIMplex. Como parece ser praxe deste blog que o nosso primeiro post seja uma breve introdução, ela aqui está:

 

Porque escrevo no SIMplex?

 

Obviamente, tal como a esmagadora maioria dos meus colegas neste blog, é por não ter sido convidado para fazer parte dos magníficos. Quem não entra na primeira escolha, vai para a segunda.

 

Num tom mais sério, não irei fazer apologia de voto em ninguém e nunca gostei de homens (e mulheres) providenciais. Para mim, o messianismo pertence ao domínio do sagrado e não do profano. Acredito que na raiz das ideias políticas das pessoas estão presentes valores e princípios, os quais cristalizam uma determinada visão do mundo. As opções de políticas públicas são uma extensão natural do que pensamos sobre a sociedade.

 

É meu objectivo contribuir para uma debate franco de ideias, para que os valores e princípios que suportam determinadas propostas sejam revelados, e para que todos tenhamos uma ideia mais clara do que pensam cada um dos partidos que a partir de 27 de Setembro nos representarão colectivamente na esfera pública.

 

Não tenho ideias pré-concebidas e estou pronto a mudar de opinião sobre os assuntos se considerar que os outros argumentos fazem mais sentido. Para isso é que serve um debate.   

 

27
Jul09

Não peço desculpa, vou votar PS

Pedro Adão e Silva

Durante muito tempo, o “não merece, mas vote PS” do O’Neill foi a melhor forma de explicar os sucessos eleitorais relativos (literalmente) do PS. Agora já não o é. Depois de uma primeira maioria absoluta, o PS deixou de ser um partido que ocupava uma posição relativamente central e que por isso causava poucos anti-corpos da esquerda à direita para passar a ser um partido que governou, de facto, e com isso passou a centrar todos os descontentamentos. A experiência foi tão intensa que, hoje, sinal dos tempos, a “nacional situacionista” criou uma barragem tal que alguém que diga que vai votar PS tem antes de pedir desculpa. Não me é difícil fazer uma longa lista de coisas que gostava que este Governo tivesse feito diferente. Mas, eu, de facto, não peço desculpa: vou votar PS porque, ao contrário do que pensa o condutor moral Louçã, a política é mesmo uma negociação e só o PS é capaz de negociar um País onde modernização se combine com solidariedade. Ao mesmo tempo, só o PS o pode fazer ancorado na esquerda e envolvendo gente politicamente variada, que vai, a título de exemplo, do Miguel Vale de Almeida ao Luís Amado. Ora se calhar é mesmo isso que deve ser feito nos próximos anos: negociar mais e fazê-lo com gente mais variada.
 

27
Jul09

(post-it 1) Apresentação

João Paulo Pedrosa

Sou da direita do PS, sem com isso deixar de ser vincadamente de esquerda.

Sou da direita do PS porque não me quero confundir com o discurso populista de que vale mais um revoltado do que um revolucionário, adoptado, por exemplo, pelo BE, que tudo promete mas nada pretende vir a cumprir.

Sou vincadamente de esquerda porque, ao contrário deles, não pretendo ser cúmplice das propostas políticas da direita.

 

23
Jul09

Encore

Bruno Reis

O meu primeiro poste suscitou reacções tão fortes e tão interessantes que merece encore um poste. Especialmente porque aparentemente pelo menos dois eleitores potenciais do PS podem ter sido "perdidos" por essa causa, o que é assumir pesada responsabilidade.

 
Lamento sinceramente ter desiludido a M. Albertina e não ter chegado à inteligência da Teresa Krusse, mas…. qualificar partidos de extrema-esquerda de reaccionários é um desrespeito? É algo para rir?
 
Depois de mais de três décadas em que o PCP e o resto da extrema esquerda chamaram isso e muito mais ao PS, e de passagem militantes ou simpatizantes da dita agrediram fisicamente Mário Soares e Vital Moreira talvez não seja caso para tanta susceptibilidade! O PCP e o BE reagiram contra todas ou quase todas as reformas feitas pelo PS para tornar o Estado Social mais sustentável e mais eficaz. Na crise actual revelaram que, no fundo, o que querem é o regresso ao PREC de 1975. Ora isso não é progressismo, é – objectivamente – reaccionarismo. Claro que não são reaccionários em tudo, têm algumas propostas progressistas. E, claro, que há muitas razões (mais ou menos progressistas) para votar em diferentes partidos, no PS ou nos outros. A extrema-esquerda é que parece ter dificuldade em reconhecer qualquer progressismo no voto no PS.
22
Jul09

Saber o que fazer, com quem fazer, e como fazer

Hugo Mendes

 Talvez o segredo mais bem guardado de uma eficaz política democrática seja a capacidade de fazer ou segurar alianças entre classes. A esquerda para-revolucionária desdenha a ideia de aliança transclassista porque saliva com a “luta de classes” dos bons contra os maus; a direita diz que as “classes” fazem parte do universo ficcional da sociologia de pacotilha. A esquerda democrática sabe, porém, que precisa da cooperação organizada e da mobilização colectiva dos “grandes números”.
Não serve, claro, qualquer aliança; por exemplo, a aliança entre as classes médias e as elites contra o Estado social, assente na exploração do ressentimento dos que de menos recursos dispõem e na protecção assimétrica dos benefícios dos mais ricos. A esquerda democrática necessita antes de uma aliança sólida entre as classes trabalhadoras e a classes médias, e para tal, precisa de lhes fazer crer que pertencem à mesma sociedade. É para isso que servem – entre outras coisas - serviços públicos tendencialmente universais que sejam capazes de responder às necessidades dos cidadãos-clientes com qualidade e universalismo. Precisa também de garantir às classes médias alguma estabilidade e segurança para evitar que, uma vez atacadas pelo medo de entrarem em trajectórias descendentes, se sintam ameaçadas pela concorrência dos mais pobres, e façam a tal aliança com as elites contra o Estado social. E precisa ainda garantir, para além de níveis de bem-estar objectivo decentes para os mais pobres, oportunidades relativamente constantes para que possam ter um emprego melhor, para adquirir uma casa, para “subir na vida” e “juntar-se às classes médias”. A única força política capaz de pensar e concretizar esta aliança de bem-estar que responda às preocupações e expectativas da grande maioria da sociedade é o Partido Socialista.

21
Jul09

É SimpleX, é o Xéculo XXI!

Bruno Reis

É simplex, precisamos de um Governo do século XXI para lidar com os problemas do século XXI.

 

Precisamos de um reformismo pragmático forte. Precisamos de guarantir que esse reformismo é de esquerda. É feito com consciência social, como se viu ser o caso do PS, por exemplo, no rendimento mínimo, no complemento solidário de reforma, no aumento do salário mínimo, e na proposta recente de um apoio às famílias mais pobres.

 

Não se pode abandonar as classes médias. Mas um governo de esquerda progressista tem de governar sobretudo pelo progresso e não simplesmente pelos direitos adquiridos. (A aristocracia também os tinha aquando das revoluções liberais). Tem de governar pelos mais pobres e pelo reforço da igualdade de oportunidades através da educação semeando Novas Oportunidades.

21
Jul09

Simplexmente escolher

Mariana Vieira da Silva

Há momentos em que os caminhos se dividem mesmo, e este é um deles.

Vamos votar em Setembro para escolher que pessoas e que projecto queremos para enfrentar os próximos meses (anos?) que sabemos difíceis.

 

Vamos escolher entre um Portugal a olhar para trás e um projecto para o futuro; entre o rasgar para deixar tudo na mesma e o ousar mudar e inovar; entre os slogans vazios e uma visão para o país. Mas também, e principalmente hoje que correm rumores de que o PSD só apresentará o Programa em Setembro, teremos de escolher se estamos com os que têm um programa oculto, de que conhecemos apenas alguns os traços ideológicos, ou com quem tem uma estratégia clara, discutida e debatida, defendida com frontalidade, transparente.

 

Defenderemos aqui, nos próximos meses, as razões que nos levam a votar no Partido Socialista e em José Sócrates, e espero mesmo que do outro lado tenhamos mais do que um slogan, os braços no ar e o vazio.