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SIMplex

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30
Jul09

Os "perseguidos"

Hugo Mendes

Parece que há por aí uma "perseguição social aos ricos". Não vou alongar-me em comentários sobre o que significa esta afirmação num dos países da UE com maiores desigualdades na distribuição de rendimentos.  Recuperando o que escrevi aqui, vale a pena atentar no segundo e terceiro gráficos da figura seguinte (clicar para aumentar), que podem ser encontrados aqui

 

 

Eles mostram que no nosso país de extremos, a média dos rendimentos (em dólares em PPP) dos 10% dos portugueses mais pobres (= 1.º decil) coloca-os entre os eslovacos e os húngaros mais pobres. Porém, os portugueses no decil mais rico não se comparam com os eslovacos ou os húngaros mais abastados: compara-se com os suecos ou os dinamarqueses do topo das respectivas estruturas de rendimentos. 

 

Isto diz-nos alguma coisa - e não é sobre o "mérito" ou o "esforço" dos trabalhadores portugueses, eslovacos, húngaros, suecos ou dinamarqueses, mas sobre como funcionam as instituições que regem a distribuição da riqueza em cada uma das sociedades. E sobre quem mais beneficia delas.

 

 

3 comentários

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    Hugo Mendes 31.07.2009

    Caro José Barros,

    Parece-me que não faz grande ideia da distribuição de rendimentos no nosso país. 5000 euros = classe média????

    O salário mediano em Portugal ronda os 700 euros. Significa que metade das pessoas em Portugal ganham um valor igual ou inferior a esta quantia. Quem ganha 5000 euros está seguramente acima do 95º percentil, ou seja, entre os 5% com mais rendimentos do país. Disse mesmo mesmo "classe média"?
    Depois escrevo um post com alguns dados para sustentar este comentário.

    cumprimentos
    Hugo
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    José Barros 31.07.2009

    Parece-me que não faz grande ideia da distribuição de rendimentos no nosso país. 5000 euros = classe média????
    O salário mediano em Portugal ronda os 700 euros - Hugo Mendes

    Caro Hugo Mendes,

    Se quer comparar com os salários que as políticas dos últimos 30 anos têm contribuido para manter miseráveis, então tem razão no diagnóstico: mas isso só em desfavor do PS que, nos últimos 15 anos esteve 11 no poder.

    E é precisamente o problema desta e doutras políticas semelhantes. Com as mesmas, os supostos ricos, os tais que constituem 1% da população e contribuem com 27% da receita fiscal (!), vão aproximar-se dos que auferem 700 Euros por mês, sem que estes colham quaisquer benefícios dessas medidas, porquanto as mesmas se destinam a fazer face ao défice crónico ou à amortização da dívida pública. Ficamos todos mais pobres.

    Para finalizar, e para esclarecê-lo, eu refiro-me ao que podemos considerar um nível de vida decente ou, se quiser, confortável. Não considero alguém que ganhe 5000 Euros por mês rico, longe disso. É, aliás, sinal da nossa tristeza remendada quando um governo se dirige a essas pessoas, apelidando-as de "ricas".

    Cumprimentos,
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