(post-it 3) Da inutilidade de votar no BE
Ainda há bem pouco tempo, esperar por uma consulta num centro de saúde não era muito diferente daquilo que se passa em qualquer país do terceiro mundo. Era preciso passar a noite inteira à porta do centro e, com muita sorte, alcançar uma consulta médica.
Com a reforma dos cuidados de saúde primários, mais de 200 mil pessoas passaram a beneficiar, o que não acontecia, de médicos de família. Mas mais, passaram a utilizar o SNS, com a criação das Unidades de Saúde Familiar, através de consultas ora programadas, ora no próprio dia.
A criação das USF, ou seja, melhor dito, a organização do funcionamento dos centros de saúde em função dos doentes, é o maior ganho nos cuidados de saúde desde a criação do SNS.
O BE, tal como toda a direita, foi contra esta decisiva reforma do sistema público de saúde.
Há, agora, à esquerda do PS, alguém que pense que se pode voltar para trás?
Não creio! O caminho a seguir é completar a rede de USF a todo o país e redimensionar a concentração escandalosa, dispendiosa e improdutiva de recursos médicos de especialidade nos grandes hospitais públicos.